domingo, 28 de dezembro de 2014

O cansaço existencial: por que tudo me cansa?

Por que as coisas nos cansam tanto? Será que estamos cansados de viver, ou talvez cansados até de nós mesmos? Que tipo de cansaçonos pesa mais: o físico, o psicológico, o espiritual?
Chama a atenção como os grandes santos dormiam pouco, comiam pouco, trabalhavam muitas horas e dedicavam um longo tempo à oração. E estavam sempre alegres, inclusive quando seu corpo parecia destruído. Ficavam esgotados, mas não cansados de doar-se a Deus e aos outros. Neles se cumpria a máxima de São João da Cruz: “A alma que anda no amor não cansa nem se cansa”.
Os grandes santos estavam enamorados de Cristo, Esposo e Senhor, e se deixavam amar por Ele. Em suas vidas, sempre houve sofrimento, contrariedades, desprezos, traições. Mas eles nunca perderam a alegria. Sim, enamorados de Cristo, entregaram-se completamente.
Então, por que hoje, na Igreja, há tantas pessoas cansadas? O que acontece?
São múltiplos e muito variados os motivos do cansaço. O cansaço físico contínuo, sem o apoio do Espírito Santo, causa desgaste psicológico. Daí se passa à falta de motivação para orar, para estar diante do Senhor, para deixar-se tocar pela Palavra. Apaga-se a vida espiritual, a relação com o Amado e, por conseguinte, chega a exaustão espiritual, a preguiça.
cansaço psicológico pode vir pela desordem da vida, pela contínua mudança de horários, pela inconstância nas tarefas, pela bagunça ou falta de limpeza no quarto ou sala de trabalho, pela compensação na comida, pela falta de vontade em tudo.
Há cansaço pela forma de enfrentar os trabalhos, as contrariedades, os fracassos, os conflitos. Há cansaço quando o trabalho (escolar, manual, intelectual, familiar) é vivido com voluntarismo ou perfeccionismo; quando a pessoa estabelece metas acima das suas possibilidades, ou baseada na comparação ou inveja com relação aos resultados dos outros, ou com o desejo de superar todos. Isso esgota e causa insatisfação.
No cristão, o cansaço pode chegar quando não se confia no Senhor, quando não se coloca em suas mãos as próprias lutas, esperanças, problemas, fracassos, angústias; quando a pessoa se instala no ceticismo ou se apega a pequenas preocupações; quando se dá muita importância ao que é transitório, insignificante, efêmero.
cansaço pode aparecer na vida do cristão também quando falta humildade para pedir ajuda diante das dificuldades ou problemas, e a pessoa quer resolver tudo sozinha, fechando-se cada vez mais em si mesma, contando somente com suas forças, o que leva a um fracasso maior ainda.
Como enfrentar o cansaço físico e psicológico, para manter o tônus espiritual?
“Vinde a mim todos os que estão cansados, e eu os aliviarei” (cf. Mt 11, 28). A vida não os pertence. Tudo é de Deus. Dele viemos e a Ele voltaremos. Enquanto caminhamos nesta terra, Jesus Cristo está sempre ao nosso lado, sustentando, motivando, iluminado nossa existência.
Ele conhece nossas alegrias e tristezas, nossas esperanças e angústias, nossas luzes e sombras, nosso combate interior. O que Ele deseja é que contemos com Ele, que estejamos sempre na sua presença, que Ele habite no mais íntimo da nossa interioridade.
Ser cristão não nos poupa de lágrimas, mas dá sentido aos nossos sofrimentos. Ser discípulos de Jesus aumenta o “peso” da vida – segundo os critérios do mundo. É verdade. Mas o próprio Jesus nos disse: “Tomai o meu jugo”. E acrescentou: “Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (cf. Mt 11, 30).
O jugo é suave porque é sua amizade incondicional; e o peso é leve porque Ele o carrega conosco. Carregamos um tesouro em vasos de barro, para que se veja que uma força tão extraordinária vem de Deus, não de nós.
Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados acima das nossas forças; pelo contrário, com a tentação, encontraremos também a maneira de poder suportá-la (cf. 1 Cor 10, 13).
Artigo de Miguel Ángel Arribas, publicado originalmente pelo Seminário Conciliar de Madri
Fonte: Aleteia

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Escolas Nacionais de Formação têm inscrições abertas

Estão abertas a partir dessa terça-feira (9), as inscrições para as Escolas Nacionais de Formação. Em 2015, em paralelo com a Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários, a RCCBRASIL também promoverá a Escola Nacional de Dança e Teatro e a Escola Nacional de Comunicação (ENACOM).
Os três eventos acontecerão na Casa de Retiros Coração de Jesus, em São José dos Campos/SP, no mês de janeiro, precedendo o Encontro Nacional de Formação (ENF). Nesta edição, a Escola Nacional de Formação para Líderes e Missionários será realizada de 10 a 20 de janeiro. Os conteúdos abordados trazem uma reflexão mais aprofundada com elementos que contemplam fundamentos teológico-pastorais. Trata-se de uma resposta ao apelo da Igreja em relação a uma Nova Evangelização e um Novo Pentecostes, como nos pede o Documento de Aparecida.
A ENACOM, que chega a sua segunda edição, ocorrerá de 16 a 25 de janeiro, incluindo as aulas teóricas e as atividades práticas durante o ENF. O encontro oferece um estudo aprofundado sobre a comunicação e sua relação com a evangelização. Tudo isso, a partir de conteúdos técnicos, norteados pela espiritualidade carismática.
A novidade é a Escola Nacional de Dança e Teatro, que acontecerá de 16 a 20 de janeiro.  O evento é voltado para lideranças do Ministério de Música e Artes da RCC do Brasil. Coordenadores estaduais, assessores para artes e demais lideranças do Ministério em instâncias estaduais ou diocesanas são convidados a participar. O encontro trabalhará durante os cinco dias tanto questões de espiritualidade, quanto de técnica, além da missionariedade de cada servo.
Inscrições
Para a Escola de Líderes e Missionários, a inscrição é de R$700,00, valor que inclui hospedagem e alimentação durante todos os dias da escola, traslados em São José dos Campos e para Aparecida no dia 21 de janeiro, além da inscrição do ENF.
Para a ENACOM, o valor é de R$750,00, taxa que dá direito a hospedagem e alimentação durante todos os dias da escola e traslados em São José dos Campos e para Aparecida. Para a segunda etapa da escola, já em Aparecida, oferece a inscrição do ENF, hospedagem no alojamento da equipe de serviço e alimentação, durante todos os dias do evento.
Para participar da Escola de Dança e Teatro, o valor da inscrição é de R$450,00, incluindo hospedagem e alimentação durante todos os dias da escola, traslados em São José dos Campos e para Aparecida no dia 21 de janeiro, além da inscrição do ENF.
O pagamento será feito por meio do sistema PagSeguro. O participante poderá pagar via boleto ou cartão de crédito. O valor de inscrição pode ser dividido em até 18 vezes.
Em caso de dúvidas, entre em contato com o Escritório Estadual Administrativo da RCCBRASIL, pelo telefone (12) 3151-4155 ou pelo e-mail  eventos@rccbrasil.org.br.

ENF 2015: término do segundo prazo de inscrições nesta segunda-feira

Nesta segunda- feira (15), encerra o segundo prazo de inscrições promocionais do Encontro Nacional de Formação 2015. O evento acontece nos dias 21 a 25 de janeiro na cidade de Aparecida/SP, no centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, reunindo membros da RCC de diversas partes do Brasil.
As inscrições são realizadas online, no hotsite oficial do evento, nesta etapa com o valor de R$95,00. Sendo que, para que esse valor seja efetivado na sua inscrição, é preciso que o cadastro seja feito e o boleto gerado até as 23h59 do dia 15/12. Após este horário, os valores são ajustados para o terceiro prazo de inscrições.
Crianças até 12 anos não pagam inscrição. Porém, como o ENF é um momento importante de formação, a estrutura não oferece espaço para evangelização das crianças. Os membros do Ministério para as Crianças estarão participando do encontro.
O ENF 2015 conta com a ajuda do SAVIC – Sistema de Apoio à Vida Carismática, que irá registrar seus dados no banco de dados facilitando, assim, a sua inscrição para os próximos encontros. Para sua segurança e para que haja um cadastro único, é preciso informar seu CPF. O SAVIC é um sistema seguro e todos os seus dados estarão em total sigilo.
Caso possua alguma dúvida ou dificuldade para com a inscrição, entre em contato com o Escritório Nacional que possui uma equipe preparada para te ajudar, através do telefone (12) 3151-4155 ou pelo e-mail: eventos@rccbrasil.org.br.
O Encontro
O Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministério (ENF) marca o início das atividades da RCC do Brasil no ano de 2015 e terá como tema "Se vivemos pelo Espírito, andemos de acordo com o Espírito" (GL 5,25) – Inflamando a chama rumo ao Jubileu de Ouro da RCC.
Nesta edição, além das formações ministradas para todos os participantes, os workshops terão maior tempo para serem trabalhados os assuntos específicos de cada Ministério. O ENF também proporciona momentos de partilha e crescimento pela convivência com pessoas de várias regiões do país. Este encontro é um ótimo momento para crescer e compartilhar experiências e celebrar Pentecostes com toda a RCC do Brasil.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Papa: “Jejum também é saber acariciar”

“Eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?”: esta é uma das perguntas feitas pelo Papa Francisco na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.
O Cristianismo, disse ele, não é uma regra sem alma, um prontuário de regras formais para pessoas que usam a máscara da hipocrisia para esconder um coração vazio de caridade. O Cristianismo é a própria “carne” de Cristo, que se curva sem se envergonhar sobre quem sofre. Para explicar esta contraposição, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia, o diálogo entre Jesus e os doutores da lei, os quais criticam os discípulos pelo fato de não respeitarem o jejum. A questão, afirmou o Papa, é que os doutores da lei transformaram o cumprimento dos Mandamentos numa “formalidade”, esquecendo sua raiz, ou seja, “de que é uma história de salvação, de eleição e de aliança”:
Receber do Senhor o amor de um Pai, receber do Senhor a identidade de um povo e depois transformá-la numa ética, é rejeitar aquele dom de amor. Essas pessoas hipócritas são pessoas boas, fazem tudo o que deve ser feito. Parecem boas! São eticistas, mas eticistas sem bondade, porque perderam seu sentido de pertença a um povo! O Senhor dá a salvação dentro de um povo, na pertença a um povo.
Na Primeira leitura, notou o Pontífice, já o Profeta Isaias descreve com clareza qual era o jejum segundo a visão de Deus: “Romper os grilhões da iniquidade”, “pôr em liberdade os oprimidos”, mas também “repartir o pão com o faminto, recolher em casa os pobres desabrigados”, “vestir quem está nu”.
Este é o jejum que o Senhor quer! Jejum que se preocupa com a vida do irmão, que não sente vergonha – diz o próprio Isaias – da carne do irmão. A nossa perfeição, a nossa santidade vai avante com o nosso povo, no qual nós somos eleitos e inseridos. O nosso maior ato de santidade está justamente na carne do irmão e na carne de Jesus Cristo. O ato de santidade de hoje, nosso, aqui, no altar, não é um jejum hipócrita: não é nos envergonhar da carne de Cristo que vem aqui hoje! É o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo. É dividir o pão com o faminto, cuidar dos doentes, dos idosos, daqueles que não podem dar nada em troca: isso é não sentir vergonha da carne!
Isso significa que o “jejum mais difícil”, afirmou ainda o Papa, é “o jejum da bondade”. É o jejum do qual é capaz o Bom Samaritano, que se curva sobre o homem ferido, e não o do sacerdote, que vê o necessitado mas segue avante, talvez com medo de se contaminar. E concluiu: “esta é a proposta da Igreja hoje: eu me envergonho da carne do meu irmão, da minha irmã?”:
Quando dou esmola, deixo cair a moeda sem tocar sua mão? E se por acaso a toco, faço assim, logo? (o Papa faz o gesto de limpar a mão na veste). Quando dou esmola, olho nos olhos do meu irmão, da minha irmã? Quando sei que alguém está doente, vou visitá-lo? O saúdo com ternura? Há um sinal que talvez nos ajudará, é uma pergunta: sei acariciar os doentes, os idosos, as crianças, ou perdi o sentido do carinho? Esses hipócritas não sabiam acariciar! Tinham esquecido… Não ter vergonha da carne do nosso irmão: é a nossa carne! Seremos julgados pelo modo como tratamos este irmão, esta irmã.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Beata Elena Guerra: “Apóstola do Espírito Santo”

Elena Guerra nasceu em Lucca (Itália), no dia 23 de Junho de 1835. Viveu e cresceu em um clima familiar profundamente religioso. Durante uma longa enfermidade, se dedica à meditação da Palavra de Deus e ao estudo dos Padres da Igreja, o que determina seu orientamento da vida interior e de seu apostolado; primeiro na Associação das Amigas Espirituais, idealizada por ela mesma para promover entre as jovens a amizade em seu sentido cristão, e depois nas Filhas de Maria.
         Em Abril de 1870, Elena participa de uma peregrinação pascal em Roma juntamente com seu pai, Antônio. Entre outros momentos marcantes, a visita às Catacumbas dos Mártires confirmam nela o desejo pela vida consagrada. Em 24 de Abril, assiste na Basílica de São Pedro a terceira sessão conciliar do Vaticano I, na qual vinha aprovada a Constituição “Dei Filius” sobre a Fé. A visita ao Papa Pio IX a comove de tal maneira que depois de algumas semanas, já em Lucca, no dia 23 de Junho, faz a oferta de toda a sua vida pelo Papa.
         No ano de 1871, depois de uma grande noite escura, seguida de graças místicas particulares, Elena com um grupo de Amigas Espirituais e Filhas de Maria, dá início a uma nova experiência de vida religiosa comunitária, que em 1882 culminará na fundação da Congregação das Irmãs de Santa Zita, dedicada a educação cultural e religiosa da juventude. É neste período que Santa Gemma Galgani se tornará “sua aluna predileta”.
         Em 1886, Elena sente o primeiro apelo interior a trabalhar de alguma forma para divulgar a Devoção ao Espírito Santo na Igreja. Para isto, escreve secretamente muitas vezes ao Papa Leão XIII, exortando-o a convidar “os cristãos modernos” a redescobrirem a vida segundo o Espírito; e o Papa, amavelmente solicitado pela mística Luquese, dirige à toda Igreja alguns documentos, que são como uma introdução a vida segundo o Espírito e que podem ser considerados também como o início do “retorno ao Espírito Santo” dos tempos atuais: A breve “Provida Matris Charitate” de 1895; a Encíclica “Divinum Illud Munus” em 1897 e a carta aos bispos “Ad fovendum in christiano populo”, de 1902.
         Em Outubro de 1897, Elena é recebida em audiência por Leão XIII, que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome, para melhor qualificar o carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito Santo.
         Para Elena, a exortação do Papa é uma ordem, e se dedica ainda com maior empenho à causa do Espírito Santo, aprofundando assim, para si e para os outros, o verdadeiro sentido do “retorno ao Espírito Santo”: Será este o mandato da sua Congregação ao mundo.
         Elena, em suas meditações com a Palavra de Deus, é profundamente impressionada e comovida por tudo o que acontece no Cenáculo histórico da Igreja Nascente: Ali, Jesus se oferece como vítima a Deus para a salvação dos homens; ali institui o Sacramento de Amor, a Eucaristia; ali, aparece aos seus discípulos depois da ressurreição e ali, enfim, manda de junto do Pai o Espírito Santo sobre a Igreja Nascente.
         A Igreja é descricao a realizar os Mistérios do Cenáculo, Mistérios permanentes, e, portanto, o Mistério Pascal: A Igreja é, por isto, prolongamento do Cenáculo, e, analogamente, é ela mesma como um Cenáculo Espiritual Permanente.
         É neste Cenáculo do Mistério Pascal, no qual o Senhor Ressuscitado reúne a comunidade sacerdotal real e profética, que também nós, e cada fiél em particular, fomos inseridos pelo Espírito mediante o Batismo e a Crisma, e capacitados a participar da Eucaristia, que é uma assembléia de confirmados, e, portanto, semelhante a primeira comunidade do Cenáculo depois da descida do Espírito Santo. É nesta prospectiva que Elena Guerra concebe e inicia o “Cenáculo Universal” como movimento de oração ao Espírito Santo.
         Elena morreu no dia 11 de Abril de 1914, sábado santo, com o grande desejo no coração de ver “os cristãos modernos” tomando consciência da presença e da ação do Espírito Santo em suas vidas, condição indispensável para um verdadeiro “renovamento da face da terra”.
         Elevada à honra dos altares em 26 de Abril de 1959, justamente o Papa a definiu “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”, assim como Santa Maria Madalena foi a apóstola da Ressurreição e Santa Maria Margarida Alacoque a apóstola do Sagrado Coração.
         O carisma profético de Elena é ainda atual, visto que a única necessidade da Igreja e do Mundo é a renovação contínua de um perene e “Novo Pentecostes” que por fim “renove a face da terra”.  (Elena Guerra) 
 
Para conhecer mais sobre a vida e obra de Elena Guerra recomendamos:
Escritos de Fogo!

 O mais novo Livro sobre a vida e a obra da Beata Elena Guerra. Ele contém a correspondência profética entre a Beata Elena Guerra e o Papa Leão XIII. Para adquirir este livro, envie e-mail para:

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Renovação Carismática Católica unida em Adoração

Durante o momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento, no Encontro Nacional de Formação 2014, a presidente do Conselho Nacional, Katia Zavaris, foi inspirada por Deus a uma moção: toda a RCC deveria se unir em adoração.
“O Senhor me mostrou o seguinte direcionamento: RCCBRASIL unida em Adoração. Sendo assim, cada Grupo de Oração do Brasil deverá fazer uma hora de Adoração por semana. Como temos cerca de 20 mil Grupos, teremos 20 mil horas de Adoração por semana e 80 mil horas por mês”, declarou Katia no ENF.
Dentro das cinco práticas espirituais sugeridas como exercício constante para aumentar a intimidade com Deus, como o jejum, o rosário, a confissão, está a adoração.
O direcionamento para a Adoração, prioritariamente deve ser feito pelos núcleos dos Grupos de Oração. Caso os membros do núcleo não possam se reunir mais uma vez na semana para isso, a sugestão é que cada um faça sua hora de adoração, de acordo com sua disponibilidade. O momento pode ser realizado na própria paróquia ou capela, onde cada um participa e não é necessário que o Santíssimo esteja exposto. Se o núcleo decidir fazer a adoração com a exposição do Santíssimo, é importante que se tenha a permissão do pároco local.
Essa uma hora de adoração que cada núcleo é convidado a fazer, não precisa, necessariamente, de intenções específicas. “Vamos adorar, pois Ele é digno de toda adoração. Com essa prática, o Senhor deseja que cada um de nós diminua, para que Ele cresça”, finaliza Katia.
Leia como foi o momento de adoração durante o ENF 2014, aqui

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014


A PESSOA CERTA

"O empresário certo é o que investe em seus funcionários nos momentos incertos; o funcionário certo é o que aposta na empresa nos momentos incertos; os colegas certos são os que permanecem lutando, junto com você, nos momentos incertos; o amor certo é o que está ao seu lado, chova ou faça sol, nos momentos incertos.

Nos momentos de sua vida nos quais tudo está indo bem e dando certo, as pessoas erradas se aproximam. Você não as notará, porque está tudo certo.... Verá o melhor delas, porque está tudo certo.

Gostará mais delas, porque está tudo certo.

Será mais fácil de iludir você, sua empresa, departamento ou até toda a sua família, amigos e colegas, porque está tudo certo.

Como um cruzeiro em um iate, todos nós sofremos uma certa dose de "ilusão das férias de verão" quando conhecemos alguém, seja na vida profissional ou pessoal, com a qual só experimentamos momentos de calmaria, de festas, de alegria. Momentos muito bons, mas nos quais é impossível separar o "joio do trigo".

Momentos nos quais só vemos o melhor ângulo da personalidade de uma namorada (ou namorado), um funcionário, um sócio, um parceiro. Temos, portanto, uma visão perigosamente bidimensional.

Muitos casamentos se acabam, quando marido e mulher descobrem que a personalidade da outra pessoa é muito mais complexa do que podia ser visto durante a fase de namoro e noivado - especialmente quando aquela fase não ofereceu "crises" para testar o casal. Os dois só viram o "trigo", antes do casamento, descobrindo o "joio" depois. Sim, há casos em que o joio é visto bem antes, mas alguns de nós fazemos questão de fingir que não estão vendo nada, ou que depois essa pessoa mudará...

Quantas pessoas que você considerava "grandes amigos", não se afastaram imediatamente, assim que você perdeu aquele emprego?

Sim, é impossível avaliar amigos, colegas, funcionários e amores sem o teste das crises.

Para conhecer realmente essa pessoa, você tem que observá-la quando o iate entrar em uma tempestade gigantesca no meio do oceano, quando o navio estiver sob risco de afundar, e um grupo de piratas começar a destruir tudo e invadir a nau.

Neste momento, você verá, de modo cristalino, quem é que corre para os botes salva-vidas esquecendo-se completamente de você, da empresa ou do projeto, e quem está com você até o fim - seja este fim qual for.

Por isso, antes de julgar alguém pelo belo sorriso em um dia de sol, veja se o sorriso ainda está lá, mesmo que haja lágrimas em um dia de chuva.

Como explicou Pablo Neruda:'A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos'."

Anônimo


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ao Nome de Jesus todo joelho se dobre.

João Batista, precursor do Salvador, parente de Jesus segundo a carne, amadureceu em seu processo de reconhecimento daquele que passou à sua frente, do qual reconhecia não ser digno de desamarrar as sandálias. O Evangelho de São João descreve com arte a cena (Jo 1,29-34) em que João o apresenta como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Não haveria modo mais adequado para expressar a identidade daquele que se achava diante de João. À margem do Jordão, enviado a batizar com água, João Batista tinha visto o Espírito pairar sobre Jesus. Mudou sua vida e o mundo mudou. Chegou aquele que as profecias haviam anunciado. Chegou aquele que virou as páginas da história da humanidade, pois tudo se conta pela sua vinda, antes de Cristo ou depois de Cristo. Veio a nós aquele que se chama Deus conosco, Emanuel, Deus salva! Ele é a luz das nações, para que a salvação chegue aos confins da terra (Cf. Is 49, 3.5-6).
A Liturgia da Igreja usa fórmulas bíblicas com as quais resume a fé cristã, de modo que a oração expressa as convicções profundas, que sustentam o testemunho a ser oferecido ao mundo. Dentre estas, chama atenção o início da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, correspondente a uma das saudações usadas no início da Santa Missa: “Paulo, chamado a ser apóstolo do Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados no Cristo Jesus, chamados a serem santos, junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1,1-3).  A oração da Igreja começa no alto, vem de Deus, a quem cabe a iniciativa! É também do Apóstolo das Gentes o belíssimo hino da Carta aos Filipenses (Fl 2, 6-11), utilizado também com frequência na oração da Igreja, que assim se conclui: “Ao Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai. E as orações litúrgicas, em sua maior parte, são feitas ao Pai, por Cristo e no Espírito Santo. Assim a Igreja nos ensina quem é caminho, verdade e vida. Em Jesus Cristo está a salvação, a vida e a liberdade.
Aprendemos que a invocação do nome de Jesus traz consigo a graça e a salvação. Tive o grande consolo de muitas vezes, ao me deparar com pessoas que se encontravam à beira da morte, predispondo-as para a absolvição dos pecados, pronunciar ao ouvido delas “Meu Jesus, misericórdia”, ou dizer repetidamente o nome de Jesus, na certeza de que ali se encontrava a força necessária para o definitivo encontro com o Senhor, quando lhes era dada a possibilidade de abrir os olhos para as realidades definitivas, a fim de entrar na contemplação da face de Cristo, aquele que é porta para o Reino dos Céus.
São de grande inspiração bíblica as invocações feitas na Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus, com a qual a devoção da Igreja nos convida a nos voltarmos para o centro de nossa profissão de fé: Jesus Filho de Deus vivo, esplendor do Pai, pureza da luz eterna, Rei da glória, sol de justiça, Filho da Virgem Maria, amável, admirável, Deus forte, Pai do futuro século, Anjo do grande conselho, Poderosíssimo, Pacientíssimo, Obedientíssimo, Manso e Humilde de coração, Amante da castidade, Nosso amado, Deus da paz, Autor da vida, Exemplo das virtudes, Zelador das almas, Nosso Deus, Nosso Refúgio, Pai dos pobres, Tesouro dos fiéis, Bom Pastor, Verdadeira Luz, Sabedoria eterna, Bondade infinita, Nosso Caminho e Nossa Vida, Alegria dos Anjos, Rei dos Patriarcas, Mestre dos Apóstolos, Doutor dos evangelistas, Fortaleza dos Mártires, Luz dos Confessores, Pureza das Virgens, Coroa de todos os Santos.
É dele que nos vem a certeza de tudo o que é necessário à salvação, tanto que a mesma Ladainha suplica que Ele nos livre detodo mal, de todo o pecado, da  ira de Deus, das ciladas do demônio, do espírito de impureza e do desprezo de suas inspirações. Continuamente nos voltamos ao Senhor, pedindo a liberdade plena, pelo mistério de sua Encarnação, pela sua Natividade, pela Infância de Jesus, pela sua Vida nesta terra, pelos seus Trabalhos, pela sua Agonia e Paixão, pela Cruz e Desamparo, pelas Angústias passadas, pela Morte, Sepultura e Ressurreição, pela Ascensão, suas Alegrias e sua Glória.
As Ladainhas são manifestações de amor e piedade, com as quais repetimos invocações que percorrem diversos aspectos do mesmo mistério. Os refrões que nos conduzem a dizer “tende piedade de nós” ou “livrai-nos, Senhor” conduzem nossa piedade ao centro da fé professada, tanto que todas as ladainhas da Igreja se concluem com a invocação que ecoa a apresentação feita por São João Batista, chamando-o “Cordeiro de Deus”, diante do qual dizemos “livrai-nos, Senhor”, “ouvi-nos, Senhor” e “tende piedade de nós”.
Há poucos dias, celebrando a Santa Missa na “Igreja de Jesus”, no Dia do Santíssimo Nome de Jesus, assim se expressou o Papa Francisco: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus: Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2, 5-7). O que o Papa disse aos jesuítas, peço licença para tomar posse dos mesmos desejos, pois correspondem ao seguimento de Jesus da parte de todos os que pronunciam o seu Santo Nome: “Queremos ser distinguidos com o nome de Jesus, militar sob a insígnia da sua Cruz, e isto significa: ter os mesmos sentimentos de Cristo. Significa pensar como Ele. Significa fazer o que ele fez e com os seus mesmos sentimentos, com os sentimentos do seu Coração. O coração de Cristo é o coração de um Deus que, por amor, se despojou. Quem segue a Jesus, deveria estar disposto a despojar-se de si mesmo. Somos chamados a este abaixamento: ser «despojados», pessoas que não vivem concentradas em si mesmas porque o centro de suas vidas é Cristo e a sua Igreja".



alt
"O Nome de Jesus"
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um “silencioso e eficaz exorcismo”

Então um homem possuído por um espírito imundo pôs-se a gritar: ‘O que temos nós a ver contigo, Jesus de Nazaré? Viestes para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus’. Jesus, então, disse: ‘Cala-te e sai dele’. E agitando-se violentamente o espírito imundo deu um forte grito e saiu dele”.

O que pensar deste episódio e de muitos outros acontecimentos análogos presentes no Evangelho? Existem ainda os “espíritos imundos”?Existeo demônio? 

Quando se fala da crença no demônio, devemos distinguir dois níveis: o nível das crenças populares e o nível intelectual (literatura, filosofia e teologia). No nível popular, ou de costumes, nossa situação atual não é muito distinta da Idade Média ou dos séculos XIV-XVI, tristemente famosos pela importância outorgada aos fenômenos diabólicos. Já não há, é verdade, processos de inquisição, fogueiras para endemoninhados, caça de bruxas e coisas do estilo; mas as práticas que têm no centro o demônio estão ainda mais difundidas que então, e não só entre as classes pobres e populares. Transformou-se em um fenômeno social (e comercial!) de proporções vastíssimas. E mais, diria que quanto mais se procura expulsar o demônio pela porta, tanto mais volta a entrar pela janela; quanto mais é excluído pela fé, tanto mais prende na superstição.
Muito diferentes estão as coisas no nível intelectual e cultural. Aqui reina já o silêncio mais absoluto sobre o demônio. O inimigo já não existe. O autor da desmistificação, R. Bultmann, escreveu: “Não se pode recorrer em caso de enfermidade a meios médicos e clínicos e por sua vez crer no mundo dos espíritos”.
Creio que um dos motivos pelos quais muitos acham difícil crer no demônio é porque se busca nos livros, enquanto que ao demônio não interessam os livros, mas as almas, e não se encontram freqüentando os institutos universitários, as bibliotecas e as academias, mas, precisamente, as almas. Paulo VI reafirmou com força a doutrina bíblica e tradicional em torno deste “agente obscuro e inimigo que é o demônio”. Escreveu, entre outras coisas: “O mal já não é só uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Terrível realidade. Misteriosa e espantosa”.
Também neste campo, contudo, a crise não passou em vão e sem trazer inclusive frutos positivos. No passado, com freqüência se exagerou ao falar do demônio, foi visto onde não estava, muitas ofensas e injustiças cometeram-se com o pretexto de combatê-lo; é necessária muita discrição e prudência para não cair precisamente no jogo do inimigo. Ver o demônio por todas as partes não é menos errôneo que não vê-lo por nenhuma. Dizia Agostinho:“Quando é acusado, o diabo se satisfaz. É mais, quer que o acuse, aceita com gosto toda tua recriminação, se isto serve para dissuadir-te de fazer tua confissão!”.
Entende-se portanto a prudência da Igreja ao desalentar a prática indiscriminada do exorcismo por parte de pessoas que não receberam nenhum mandato para exercer este ministério. Nossas cidades pululam de pessoas que fazem do exorcismo uma das muitas práticas de pagamento e atuações de “feitiços, mau-olhado, má sorte, negatividades malignas sobre pessoas, casas, empresas, atividades comerciais”. Surpreende que em uma sociedade como a nossa, tão atenta às fraudes comerciais e disposta a denunciar casos de exaltado crédito e abusos no exercício da profissão, haja muitas pessoas dispostas a acreditar em superstições como estas.
Antes ainda que Jesus dissesse algo naquele dia na sinagoga de Cafarnaum, o espírito imundo sentiu-se desalojado e obrigado a sair descoberto. Era a “santidade” de Jesus que aparecia “insustentável” para o espírito imundo. O cristão que vive em graça e é templo do Espírito Santo leva em si um pouco desta santidade de Cristo, e é precisamente esta a que opera, nos ambientes onde vive, um silencioso e eficaz exorcismo.
 
Raniero Cantalamessa,ofm

Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém (PA), reflete sobre o discernimento cotidiano

A voz de Deus

Há muitas expressões na Sagrada Escritura que indicam o Senhor que fala ao seu povo, e manifestam a força de sua palavra que cria, repreende, educa, acompanha. Desde a forte palavra criadora do livro do Gênesis, passando pela intimidade com os patriarcas e profetas, que “emprestavam” a boca para Deus falar. De Moisés se diz que tinha uma grande amizade com Deus e o Senhor se entretinha com ele face a face. Deus fala!
“Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Ele é o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com a sua palavra poderosa. Tendo feito a purificação dos pecados, sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas, elevado tão acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o deles” (Hb 1, 1-4).
“Por estas palavras, a carta aos Hebreus dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o seu Filho. Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão ou revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o! (Mt 17,5). Já te disse todas as coisas em minha Palavra. Põe os olhos unicamente nele, pois nele tudo disse e revelei, e encontrarás ainda mais do que pedes e desejas”(Tratado “A subida do Monte Carmelo”, de São João da Cruz, presbítero, Lib. 2, cap. 22).
A Igreja tem clara a convicção de que tudo o que é estritamente necessário já foi dito por Deus e encontra o fundamento de sua ação na Escritura Sagrada. Sabe também a Igreja que lhe foi dada a graça do discernimento, pela qual o sadio desdobramento daquilo que foi revelado é expresso nos ensinamentos que são oferecidos pelo longo e seguro exercício do magistério que acompanha a tradição viva, na qual existe a certeza da ação do Espírito Santo, que a acompanha e preserva do erro.
E Deus se calou? Temos a certeza de que continua a dizer sua Palavra, que ele inspira o bem, suscita a pregação corajosa do Evangelho, sustenta o testemunho dos cristãos. Sabemos que todas as chamadas revelações particulares são objeto de discernimento cuidadoso, pois são reconhecidas como estímulo à vivência do que se expressou na Sagrada Escritura, para que as pessoas não corram de um lado para outro em busca de novidades e pretensos anúncios, especialmente quando estes apontam para datas ou eventos extraordinários.
O que falta é o discernimento cotidiano e dedicado do que Deus nos fala através dos acontecimentos e de uma quantidade imensa de fatos simples e aparentemente corriqueiros. Deus nos fala através do próximo que grita pela nossa ajuda e pelo serviço de amor, dizendo que tudo o que fazemos ao menor dos irmãos é feito a Jesus. Deus nos fala pela última notícia de violência, que nos assusta e escandaliza, a dizer-nos que nos foi oferecido o caminho para a paz, através dos mandamentos e a prática da fraternidade. Deus nos fala pela Igreja que se reúne e proclama a cada dia a Palavra Sagrada, fonte de vida e santidade. Deus nos fala pelo testemunho corajoso de pessoas que vivem o Evangelho, arrastando com seu exemplo gente que vivia na lama do pecado. Deus nos fala através de seus enviados, e basta pensar na lucidez com que o Papa Francisco tem oferecido à Igreja e o mundo as propostas de vivência do Evangelho e amor ao próximo. Não faltam palavras vindas da boca de Deus. O que pode faltar são ouvidos atentos.
A Igreja celebra neste final de semana o Batismo de Jesus, quando o Senhor vai ao Rio Jordão, onde João Batista pregava a penitência e a conversão, justamente na preparação da plena manifestação do Messias esperado. Diante de um João Batista surpreso, que diz “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim” (Mt 3,13-17), Jesus entra na fila dos pecadores, ele que é o Cordeiro sem mancha que tira o pecado do mundo! E ali, no gesto de imensa humildade de Jesus, acontece a revelação da intimidade de Deus Trindade. O Filho nas águas, o Espírito em forma de uma pomba e a voz do Pai: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.
O Senhor Jesus confiou uma missão à Igreja, de ir pelo mundo inteiro e anunciar a Boa-Nova. “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 16,16). Prometeu inclusive “sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados” (Mc 16,17-18). O mesmo Senhor Jesus, que falou com seus discípulos, “foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19).
Como os primeiros discípulos, está agora em nossas mãos o anúncio da Boa-Nova. Pedimos a Deus que se multipliquem os operários para a sua messe, vindos de todas os cantos, dispostos a transformar sua vida e sua palavra em testemunho corajoso do Senhor, diante de um mundo que anseia pela palavra de Deus. De fato, a sede e fome da voz de Deus está presente, mesmo quando as pessoas não sabem dar nome ao grito que brota de dentro de si, no cumprimento da palavra profética: “Dias hão de vir, quando hei de mandar à terra uma fome, que não será fome de pão nem sede de água, e sim de ouvir a Palavra do Senhor” (Am 8,11).

Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A alegria missionária de uma nova evangelização

altPapa Francisco cita em sua Exortação Apostólica “A alegria do evangelho” sobre a nova evangelização, pela qual todos são chamados a assumir em qualquer atividade que se realize, no meio do trabalho diário, a Palavra de Deus que nos exorta em Filipenses 4,4: “Alegrai-nos sempre no Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos!” (A Alegria do Evangelho, Papa Francisco, p.18).

 
Esta alegria é testemunhada por muitas pessoas que fazem a experiência do Amor de Deus dentro do Movimento da Renovação Carismática Católica. São pessoas que trocam uma aparente vida de felicidade proporcionada pelo mundo por uma real felicidade encontrada na caminhada em Deus.
Ainda em sua exortação apostólica, papa Francisco nos chama a atenção para o papel missionário da Igreja: “... a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja. Nesta linha, os bispos latino-americanos afirmaram que ‘não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, em nossos templos’, sendo necessário passar ‘de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária’. Esta tarefa continua a ser fonte das maiores alegrias para a Igreja”. (A Alegria do Evangelho, Papa Francisco, p.16)
Como parte viva da Igreja, os missionários da RCCBRASIL também testemunham esta alegria de fazer parte de um projeto missionário como o da Ilha do Marajó. É o que a estudante de Pedagogia, Renata Daiane, afirma, ao contar sua experiência vivida em meio à população ribeirinha. Ela precisou deixar a Missão para concluir os estudos, mas não quer abandonar o barco facilmente.
“Desde pequena participo ativamente da igreja, porém experimentava as coisas do mundo. Ainda assim, no meu coração, sempre tive o desejo de ser missionária, mas nunca havia tido um direcionamento de alguém.
Em fevereiro de 2009, fiz a minha primeira experiência com Deus. Participei de um encontro para jovens promovido pelos missionários da Missão Marajó. A partir dessa experiência, passei a participar da Renovação Carismática Católica e de todas as atividades da Missão. 
A primeira viagem que fiz com os missionários foi em novembro de 2010. Fomos para as comunidades ribeirinhas e, então, foi despertado ainda mais em mim o desejo de seguir em missão. Neste tempo, eu já estava sendo acompanhada pelos missionários Beto Bernardi e Virtes Romani.
altLogo em seguida, surgiu a oportunidade de fazer uma experiência na Missão Marajó, na cidade de Afuá. No dia 4 de outubro de 2011, me uni à equipe missionária que lá estava. A oportunidade que tive me fez vivenciar e experimentar muitas coisas, cresci em vários aspectos. Todos os dias na Missão foram intensos. Neles, vivi coisas boas e coisas ruins, porém sempre renovando o ardor missionário que há em meu coração e sonhando os sonhos de Deus para a missão e para mim.
Ali, pude conhecer muitas pessoas as quais me fizeram crescer, até mesmo as crianças contribuíram para esse crescimento. Quando fui para Afuá, cursava Pedagogia na Universidade Federal do Pará, e durante este tempo de missão permaneci estudando. Como este ano terei que defender o Trabalho de Conclusão de Curso, não conseguirei conciliar missão e estudo. Portanto, agora em janeiro vou para minha casa, mas, depois, volto para a missão.
Não foi uma decisão fácil de ser tomada, pois deixar tudo aqui e seguir, me custa muito. Porém, é preciso para que eu possa voltar ao Marajó e fazer melhor do fiz. Estou indo e deixando o coração em Afuá, levarei cada um comigo e não deixarei de sonhar a missão, sempre na certeza do chamado missionário que Deus me fez. Há a tristeza em deixar, mas também há a certeza de que o melhor de Deus ainda está por vir e a alegria de ter sido escolhida para lhe servir”.
Renata Daiane Aragão
A partir deste testemunho, acolhamos também com alegria as palavras do nosso querido papa Francisco, que nos convida em sua encíclica, a repensarmos nossas atividades para o ano de 2014, em relação aos nossos trabalhos evangelizadores: “Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, os estilos e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades.” (Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, p. 30)