quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O livro "comido"

 
O livro "comido"


Na pregação para a Casa Pontifícia, tento me orientar, na escolha dos temas, pelas graças ou pelos eventos especiais que a Igreja vive em um determinado momento da sua história. Recentemente tivemos a abertura do ano da fé, o quinquagésimo aniversário do concílio Vaticano II e o Sínodo sobre a evangelização e a transmissão da fé cristã. Portanto, pensei fazer no Advento uma reflexão sobre cada um destes três eventos.

Começo com o ano da fé. Para não me perder em um tema, a fé, que é grande como o mar, concentro-me em um ponto da carta "Porta Fidei" do Santo Padre, que exorta encarecidamente a fazer do Catecismo da Igreja Católica (que, entre outras coisas, celebra este ano o vigésimo aniversário de publicação) o instrumento privilegiado para viver frutuosamente a graça deste ano. O papa escreve na sua carta:

“O Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé” (Bento XVI, Carta apost. “Porta fidei”, nº 11)

Não falarei sobre o conteúdo do CIC, das suas divisões, critérios utilizados; seria como querer explicar a Divina Comédia de Dante Alighieri. O que sim gostaria é de esforça-me para mostrar como fazer que este livro, de um instrumento comum, como um violino bem apoiado sobre um pano de veludo, se transforme num instrumento que soa e faz vibrar os corações. A Paixão segundo Mateus, de Bach, permaneceu por um século uma partitura escrita, conservada em arquivos musicais, até que em 1829 Felix Mendelssohn preparou em Berlim uma execução magistral e a partir daquele dia o mundo soube qual melodia e coro sublimes estavam contidas naquelas páginas, até então mudas.

São realidades diferentes, é verdade, mas algo parecido acontece com cada livro que fala da fé, incluindo o CIC: deve-se passar da partitura para a execução, da página muda para algo vivo que faz vibrar a alma. A visão de Ezequiel da mão estendida segurando um rolo nos ajuda a entender o que é necessário para que isso aconteça:

“Eu olhei e vi uma mão estendida para mim, e nela um livro enrolado. Desenrolou-o diante de mim. Estava escrito na frente e no verso e continha lamentações, gemidos e ais. Ele me disse: “Filho do homem, come o que tens diante de ti! Come este rolo e vai falar à casa de Israel”. Eu abri a boca e ele me fez comer o rolo, dizendo: “Filho do homem, alimenta teu ventre e sacia as entranhas com este rolo que te dou”. Eu o comi, e era doce como mel em minha boca” (Ez 2,9-3,3)

O Sumo Pontífice é a mão que, neste ano, apresenta de novo à Igreja o CIC, dizendo para cada católico: “alimenta teu ventre e sacia as entranhas com este rolo que te dou”. O que significa comer um livro? Não só estudá-lo, analisá-lo, memorizá-lo, mas fazê-lo carne da própria carne e sangue do próprio sangue, “assimilá-lo”, como se faz materialmente com a comida que comemos. Transformá-lo de fé estudada em fé vivida.

Isto não pode ser feito com o volume inteiro do livro, e com todas as pequenas partes contidas nele. Não é possível fazê-lo analiticamente, mas só sinteticamente. Explico-me. É necessário captar o princípio que informa e unifica o todo, enfim o coração palpitante do CIC. E o que é esse coração? Não é um dogma ou uma verdade, uma doutrina ou um princípio ético; é uma pessoa: Jesus Cristo! “Repassando as páginas, - escreve o Santo Padre sobre o CIC, na mesma carta apostólica - descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja” (Bento XVI, Carta apost. “Porta fidei”, nº 11).

Se toda a Escritura, como afirma o próprio Jesus, fala dele (cf. Jo 5, 39), se ela está cheia de Cristo e se resume toda nele, poderia ser diferente para o CIC que quer ser uma exposição sistemática da mesma escritura, elaborada pela Tradição, sob a guia do Magistério?

Na primeira parte, dedicada à fé, o CIC lembra o grande princípio de São Tomas de Aquino de que o “ato de fé do crente não para no enunciado, mas chega na realidade” (“Fides non terminatur ad enunciabile sed ad rem”, São Tomas de Aquino, Suma Teológica, II-II, 1,2 ad 2; cit. no CIC n. 170). Bem, qual é a realidade, a “coisa” última da fé? Deus, é claro! Não, porém, um deus qualquer que cada um retrata a seu bel prazer, mas o Deus que se revelou em Cristo, que se “identifica” com ele a ponto de dizer: “Quem me vê, vê o Pai” e “Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus, foi quem o deu a conhecer” (Jo 1, 18).

Quando dizemos fé “em Jesus Cristo” não separamos o Novo do Antigo Testamento, não começamos a nova fé com a vinda de Cristo à terra. Se fosse assim, excluiríamos do número dos crentes o mesmo Abraão que chamamos “nosso pai na fé” (cf. Rm 4, 16). Identificando o seu Pai com “o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó” (Mt 22, 32) e com o Deus "da lei e dos profetas" (Mt 22, 40), Jesus autenticou a fé judaica, mostrou o caráter profético, afirmando que é dele que estavam falando (cf. Lc 24, 27. 44; Jo 5, 46). É isso que faz que, para os cristãos, a fé judaica seja diferente de qualquer outra fé e é isso que justifica o estatuto especial que tem, depois do Concílio Vaticano II, o diálogo com os judeus com relação ao diálogo com as outras religiões.

Querigma e didaquê

No começo da Igreja a distinção entre querigma e didaquê era clara. O querigma, que Paulo chama também de "o evangelho", dizia respeito à obra de Deus em Cristo Jesus, o mistério pascal de morte e ressurreição, e consistia em fórmulas breves de fé, como aquela que se deduz do discurso de Pedro no dia de Pentecostes: “Vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou, e o constituiu Senhor” (cf. At 2,23-36), ou também, “Se, pois, com tua boca confessares que Jesus é Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”(Rm 10,9).

A didaquê, por outro lado, tratava do ensinamento que se tinha depois de ter abraçado a fé, o desenvolvimento e a formação completa do crente. Estavam convencidos (principalmente Paulo) de que a fé, como tal, só florescia na presença do querigma. Este não era um resumo da fé ou uma parte dela, mas a semente que faz crescer todo o resto. Também os 4 Evangelhos foram escritos depois, justamente para explicar o querigma.

Até mesmo a parte mais antiga do credo falava de Cristo, e esclarecia a dupla composição, humana e divina. Um exemplo disso está no versículo da Carta aos Romanos que fala de Cristo “segundo a carne, descendente de Davi, segundo o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus com poder, desde a ressurreição dos mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1,3-4). Logo este núcleo original, ou credo cristológico, foi incorporado em um contexto mais amplo, como o segundo artigo do símbolo de fé. Nascem, até mesmo por exigências ligadas ao batismo, os símbolos trinitários que chegaram até nós.

Esse processo é parte do que Newman chama “o desenvolvimento da doutrina cristã”; é um enriquecimento, não um afastamento da fé original. Cabe a nós hoje – em primeiro lugar aos bispos, aos pregadores, aos catequistas – ressaltar o aspecto “a parte” do querigma como momento germinal da fé. Numa obra lírica, para retomar a imagem musical, há o recitativo e o cantado e no cantado estão os “agudos” que agitam o auditório e provocam emoções fortes, às vezes também calafrios. Agora sabemos qual é o agudo de toda catequese.

A nossa situação voltou a ser a mesma que no tempo dos apóstolos. Eles tinham diante de si um mundo pré-cristão para evangelizar; nós temos diante de nós, pelo menos até certo ponto, e em alguns ambientes, um mundo pós-cristão para evangelizar. Devemos voltar para o método deles, trazer à luz "a espada do Espírito", que é o anúncio, em Espírito e poder, de Cristo morto pelos nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação (cf. Rm 4,25).

O querigma não é apenas o anúncio de alguns fatos ou verdades de fé claramente definidas; é também uma certa atmosfera espiritual que pode ser criada dizendo qualquer coisa, um pano de fundo sobre o qual coloca-se tudo. É responsabilidade do anunciador, por meio da sua fé, permitir ao Espírito Santo criar esta atmosfera.

Então, qual é o sentido do CIC? O mesmo do que era na Igreja apostólica a didaquê: formar a fé, dar-lhe um conteúdo, mostrar-lhe as exigências éticas e práticas, levar a fé a se tornar “operante na caridade” (cf. Gl 5,6). Isso é bem destacado em um parágrafo do mesmo CIC. Depois de ter lembrado o princípio tomista de que “a fé não termina nas fórmulas, mas na realidade”, acrescenta:

“ No entanto, é através das fórmulas da fé que nos aproximamos dessas realidades. As fórmulas permitem-nos exprimir e transmitir a fé, celebrá-la em comunidade, assimilá-la e dela viver cada vez mais” (CIC nº 170).

Por isso a importância do adjetivo “católica” no título do livro. A força de algumas Igrejas não católicas está em colocar tudo no momento inicial, na chegada na fé, na adesão ao querigma e na aceitação de Jesus como Senhor, visto como um"nascer de novo”, ou como “segunda conversão". Porém, pode tornar-se um limite se nos limitamos a isso e tudo continua a girar em torno disso.

Nós, católicos, temos que aprender algo dessas igrejas, mas temos muito para dar também. Na Igreja Católica tudo isso é o começo, não o fim da vida cristã. Depois daquela decisão, abre-se o caminho para o crescimento e a plenitude da vida cristã e, graças à sua riqueza sacramental, ao magistério, ao exemplo de muitos santos, a Igreja Católica está em uma posição privilegiada para conduzir os fiéis à perfeição da vida de fé. O Papa escreve na carta "Porta Fidei":

“Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé” (Bento XVI, Carta apost. “Porta fidei”, nº 11).

A unção da fé

Falei do querigma como do “agudo” da catequese. Mas para produzir este agudo não basta levantar o tom da voz, se precisa mais do que isso.

“Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! [esta é, por excelência, a nota aguda!] a não ser no Espírito Santo" (1 Coríntios 12, 3). O evangelista João faz uma aplicação do tema da unção que se mostra especialmente atual neste ano da fé. Escreve:

“Vós recebestes a unção do Santo, e todos vós tendes conhecimento [...] a unção que recebestes de Jesus permanece convosco, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira e não mentirosa. Por isso, conforme vos ensinou, permanecei nele” (1 Jo 2, 20.27).

O autor desta unção é o Espírito Santo, como deduzido do fato de que em outros lugares a função de "ensinar todas as coisas" é atribuída ao Paráclito como "Espírito de verdade" (Jo 14, 26). É, como vários Padres escrevem, uma “unção da fé”: “A unção que vem do Santo – escreve Clemente de Alexandria – se realiza na fé”; “A unção é a fé em Cristo”, diz outro escritor da mesma escola (Clemente Al. Adumbrationes in 1 Johannis (PG 9, 737B); Homélies paschales (SCh 36, p.40): textos citados por I. de la Potterie, L’unzione del cristiano con la fede, in Biblica 40, 1959, 12-69).

Em seu comentário, Agostinho faz, a este respeito, uma pergunta para o evangelista. Porque, diz ele, escreveste a tua carta, se aqueles aos quais te dirigias, já tinham recebido a unção que ensina todas as coisas e não tinham necessidade de que alguém lhes instruísse? E aqui está a sua resposta, baseada no tema do mestre interior:

"O som das nossas palavras atinge o ouvido, mas o verdadeiro mestre está dentro [...] falei a todos, mas àqueles aos quais a unção não fala, aqueles que o Espírito não ensina internamente, vão embora sem terem aprendido nada [...]. O mestre é, portanto, interior o mestre que realmente instrui; é Cristo, é a sua inspiração para ensinar". (S. Agostinho, Commento alla Prima Lettera di Giovanni 3,13 (PL 35, 2004 s), Tradução nossa).

Portanto, a instrução exterior é necessária. Os mestres são necessários. Mas as suas vozes só penetram o coração se adicionada aquela interior do Espírito. “E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem" (At 5,32). Com estas palavras, pronunciadas diante do Sinédrio, o Apóstolo Pedro não só afirma a necessidade do testemunho interior do Espírito, mas também indica qual é a condição para recebê-la: a disponibilidade para obedecer, para submeter-se à Palavra.

É a unção do Espírito que faz passar dos enunciados de fé à sua realidade. Um tema caro ao evangelista João é aquele do crer que é também conhecer: “E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco” (1 Jo 4,16). "Nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus" (Jo 6, 69). "Conhecer", neste caso, como no geral em toda a Escritura, não significa o que significa para nós hoje, ou seja, ter a ideia ou o conceito de uma coisa. Significa experimentar, entrar em relação com a coisa ou com a pessoa. (Cf. C.H. Dodd, L’interpretazione del Quarto Vangelo, Brescia, Paideia1974, pp. 195 s.). A afirmação da Virgem: "Não conheço homem", não queria dizer que não sabia o que era um homem...

Foi um caso de evidente unção da fé aquele que Pascal experimentou na noite do dia 23 de novembro de 1654 e que colocou em breves frases exclamativas em um escrito encontrado depois da morte costurado dentro de sua jaqueta:

"Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, não dos filósofos e dos estudiosos. Certeza. Certeza. Sentimento. Alegria. Paz. Deus de Jesus Cristo [...]. Ele é encontrado somente pelo caminho do Evangelho. [...]. Alegria, alegria. Alegria, lágrimas de alegria. [...] E isso é a vida eterna, que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro e aquele que enviaste: Jesus Cristo"( B. Pascal, Memoriale, ed. Brunschvicg. Tradução nossa).

A unção da fé acontece geralmente quando, em uma palavra de Deus ou em uma afirmação de fé, cai subitamente a iluminação do Espírito Santo, acompanhada normalmente por uma forte emoção. Lembro-me que um ano, na festa de Cristo Rei, escutava na primeira leitura da Missa a profecia de Daniel sobre o Filho do Homem:

" Em imagens noturnas tive esta visão: Entre as nuvens do céu vinha alguém semelhante a um filho do homem. Chegou até perto do ancião, e foi levado à sua presença. Foi-lhe dada a soberania, a glória e a realeza. Todos os povos, nações e línguas hão de servir-lhe. Seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado e sua realeza é tal, que jamais será destruída!” (Dn 7,13-14).

Sabe-se que o Novo Testamento viu realizada a profecia de Daniel em Jesus; ele mesmo diante do sinédrio a faz própria (cf. Mt 26, 64); uma frase do texto entrou até mesmo no credo (“cuis regnum non erit finis”). Eu sabia, pelos meus estudos, tudo isso, mas naquele momento era uma outra coisa. Era como se a cena acontecesse ali, diante dos meus olhos. Sim, aquele filho do homem que avançava era ele, Jesus. Todas as dúvidas e explicações alternativas dos estudiosos, que também conhecia, pareciam-me, naquele momento, simples pretextos para não crer. Experimentava, sem saber, a unção da fé.

Em outra ocasião (acho que já compartilhei essa experiência no passado, mas que ajuda a entender) participava da Missa de Meia Noite presidida pelo Papa João Paulo II em São Pedro. Chegou a hora do canto da Kalenda, ou seja, a proclamação solene do nascimento do Salvador, presente no antigo Martirológio e reintroduzida na liturgia do Natal depois do Vaticano II:

"Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo...

Treze séculos depois da saída de Israel do Egito...

Na nonagésima quarta Olimpíada...

No ano 752 da fundação de Roma...

No quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto,

Jesus Cristo Deus eterno e Filho do Eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá".

Quando cheguei nessas últimas palavras senti uma repentina clareza interior, e me lembro que dizia para mim mesmo: “É verdade! Tudo isso que se canta é verdade! Não são só palavras. O eterno entra no tempo. O último evento da série rompeu a série; criou um "antes" e um "depois" irreversíveis; o cálculo do tempo que antes acontecia com relação a diferentes eventos (Olimpíada tal, reino tal), agora acontece com relação a um único evento”: antes dele, depois dele. Uma comoção súbita me atravessou toda a pessoa, enquanto podia somente dizer: “Obrigado, Santíssima Trindade, e obrigado também a vós, Santa Mãe de Deus!”.

A unção do Espírito Santo também produz um efeito, por assim dizer, "colateral" no anunciador: faz que ele experimente a alegria de proclamar Jesus e o seu Evangelho. Transforma a evangelização de tarefa e dever, numa honra e num motivo de orgulho. É a alegria que conhece bem o mensageiro que chega a uma cidade sitiada dizendo que sítio foi tirado. Ou o aralto que na antiguidade corria na frente para levar ao povo o anúncio de uma vitória decisiva obtida no campo do próprio exército. A “boa notícia”, antes mesmo de quem a recebe, faz feliz quem a traz.

A visão de Ezequiel, do rolo comido, realizou-se uma vez na história em sentido também literal e não apenas metafórico. Foi quando o livro das palavras de Deus esteve contido em uma única Palavra, o Verbo. O Pai o levou à Maria; Maria o acolheu, encheu, também fisicamente, as vísceras, e depois o deu ao mundo, o “pronunciou” dando-lhe a luz. Ela é o modelo de todo evangelizador e de todo catequista. Nos ensina a encher-nos de Jesus para dá-lo aos outros. Maria concebeu Jesus “por obra do Espírito Santo” e assim deve ser também com cada anunciador.

O Santo Padre conclui sua carta de convocação do ano da fé com uma referência à Virgem: "Confiamos, escreve, à Mãe de Deus, proclamada “beata” porque “acreditou” (Lc 1, 45), este tempo de graça" (“Porta fidei”, nº 15.). Peçamos a Ela a graça de experimentar, neste ano, muitos momentos de unção da fé. "Virgo fidelis, ora pro nobis”. Virgem fiel, rogai por nós.



Primeira Pregação do Advento 2012 do Padre Raniero Cantalamessa, OFM Cap
Fonte: Zenit.org

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

RCC de Vitória da Conquista - Ba


Quero aqui parabenizar a Renovação Carismática Católica da Diocese de Vitória da Coquista por esse ano de 2012, ano em que foi estratégico para alimentar os servos dos grupos de oração com um ano de formação, (E.B.F).
Eu particularmente fiquei muito feliz por ter participado dessas formações, dessa escola (Escola Básica de Formação), e ao mesmo tempo triste por perceber que ainda muitos servos não abriram seu coração para viver esse tempo, essa moção do espirito.
Deus sabe de todas as coisas, e por acreditar nisso eu sei que muitos frutos surgiram no ano de 2013, frutos de santificação.


Beata Elena Guerra – rogai por nós


Anselmo Marciano
Grupo de Oração Vida Nova
Ministério de Comunicação Social e Pregação.

domingo, 2 de dezembro de 2012



Conselho Estadual Rcc Bahia por meio da escuta profética elege nova Presidencia da Rcc do estado
 
para o período de 2013 a 2014. Deus seja louvado pela vida da nossa querida Terezinha Araújo.
 
 
 
 
 


 



Terezinha Araujo no encontro de formação para pregadores em Feira de Santana.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Não extingais o Espírito!

A Igreja ficou ornada de jovialidade, beleza e força, desde que a partir do Concílio Vaticano II ela se deixou tomar por renovada expectativa quanto aos carismas. Hoje, diferentemente de tempos passados, em qualquer paróquia, em qualquer pequena comunidade, em qualquer porção da Igreja a que se vá, encontramos grande quantidade de leigos atuando em diversos ministérios e serviços, e já nem conseguimos mais imaginar situação diferente dessa em nosso tempo. Também muitas formas diferentes de se viver a fé cristã, com múltiplas espiritualidades e formas de expressão, se espalham por toda a parte. Tudo isso são sinais de que estamos reencontrando os rastros de pentecostes com toda a sua explosão de força e grandeza.

A obra da Igreja se faz no mundo com o poder de Deus e com as potências humanas. Assim como numa balança, os dois pratos devem estar equilibrados. Não podemos pensar numa Igreja em que a parte sobrenatural se sobressaia a ponto de que sua porção natural seja ofuscada. Esperamos que na consumação dos tempos, a face de Deus venha a luzir sobre todos, com um brilho mais radiante do que o sol, mas não se pode esperar que seja assim agora.

Infelizmente, entretanto, temos visto que ainda estamos longe do saudável equilíbrio, pois a parte humana ainda é evidente demais enquanto a parte sobrenatural ainda não figura tal como em seus inícios. Pedro, por exemplo, curava até com sua sombra. Paulo, a quem se até um pano tocasse, este elemento se transformava em matéria à qual se apegava o poder miraculoso do Espírito Santo. Estamos reencontrando os rastros de pentecostes, mas ainda nos falta muito, porque ainda observamos muitas resistências aos dons do Espírito Santo.

As resistências se iniciam na relutância da natureza humana que se maravilha com a graça, mas que também, simultaneamente, sente-se instintivamente impulsionada à rejeição por temor ou por inadequação à sua convivência. Mas em nosso tempo, além das rejeições instintivas, pesa também sobre essa geração de cristãos, outros fatores que fortalecem a ações de resistências. Inicialmente, observamos o desconhecimento dos dons do Espírito Santo e dos seus modos de ação. Para sermos dóceis ao Espírito Santo precisamos de alguns conhecimentos sobre Ele, pois senão, não nos abrimos e não nos colocamos em expectativa quanto ao seu poder. A Bíblia nos mostra isso claramente na narrativa do encontro de Paulo, em Éfeso, com certos discípulos que haviam recebido apenas o batismo pregado por João Batista. Ele os inquiriu: Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé? Mas eles disseram que nem sequer sabiam que havia um Espírito Santo. Paulo lhes comunicou alguns conhecimentos sobre o Espírito Santo, os batizou em nome de Jesus e depois orou sobre eles. Ficaram então cheios do Espírito e começaram a falar em línguas e a profetizar (At, 19, 1-6).

Na trajetória histórica da Igreja, diversos fatores se constituíram como obstáculos que fizeram com que ela desviasse os olhos desses elementos fundamentais. Observamos que dois fatos contribuíram muito para isso, ou seja, as conversões compulsórias que trouxeram em massa as populações do Ocidente para o cristianismo, depois que ele se tornou a religião oficial do Império Romano, de forma que muitas dessas conversões não aconteceram propriamente pela conscientização provocada pela força da pregação. Outro fator foi o impacto do Montanismo, que fez abater-se sobre a Igreja uma espécie de “trauma”, o que acarretou temor aos carismas. Depois, conforme surgiam os desafios próprios de cada tempo, a Igreja se envolveu bastante com essas demandas, ora lutando para não sucumbir perante forças que a tentaram destruir, ora cuidando de robustecer suas bases estruturais e doutrinárias para se adaptar aos crescimentos que os tempos lhe apresentaram.

Conforme se apresentou acima, a nova visão proporcionada pelas ciências sobre o universo, com sua vastidão, também pode no levar a resistir aos dons espirituais, na medida em que podem trazer abalos a nossa fé e a nossa forma de relacionamento com Deus. De tal forma se agigantaram os conhecimentos científicos que, às vezes, a fé cristã pode até parecer ingênua para continuar embasando nossa visão de mundo. Parece que o Deus de nossa fé se “encolheu” perante as grandezas que passamos a vislumbrar. Assim aconteceu para muitos, mas também se sucedeu um sentido contrário, o Deus que paira acima de todas essas grandezas parece já não poder frequentar o “quartinho” de um orante, ou a “capelinha” onde se reúnem algumas almas inocentes. Já não parece simples afirmar que esse Deus imensamente poderoso seja o mesmo Deus que nos fala em oração.

Além disso, a circulação quase que instantânea de informações de toda ordem nos colocam perante todos os tipos de sofrimentos e dilemas que diariamente se abate sobre a vida humana na terra, dificultando também a oração como diálogo com Deus, quando estamos tão rodeados de sofrimentos e problemas.

Vimos ainda como fator de resistência à ação do Espírito Santo, as dificuldades de se estabelecer uma visão interpretativa dos textos bíblicos que falam sobre os dons espirituais. Parece, pois, que ainda pairam muitas interrogações sobre as formas com que se vê retornar determinados carismas na Igreja contemporânea. Assim é, por exemplo, no caso do dom das línguas, que ainda é visto com muita desconfiança por muitos cristãos que não interpretam os fundamentos bíblicos dessas práticas conforme interpreta a RCC e outros segmentos do Cristianismo atual.

As exposições que foram oferecidas estão longe de poder apresentar todas as formas de resistências que surgem ao Espírito Santo e aos seus dons. O que se fez foi apenas trazer a um cenário de discussões esse tema sob alguns enfoques específicos. Esses enfoques, apresentados como conjuntos aos quais se procurou ligar formas diversas de resistências, foram apresentados bem “por cima”, pois questões como essas podem ser muito mais aprofundadas, além do que, podem conduzir a múltiplos pontos de vista interpretativos.

Talvez alguém objete que foram evidenciadas mais as possíveis causas de resistências que as possíveis formas de solução. Creio que o fato mesmo de tornar manifestas as causas do problema já se constitui, inerentemente, num fator que induz a soluções, pois quando conhecemos as causas, já podemos gerar uma condição de combate. Além disso, tudo o que já conhecemos como formas de aprofundar e robustecer nossa fé, são meios de solucionar as resistências ao Espírito Santo, o que poderíamos mais realizar aqui seria um exercício de memória.

Reconhecendo, portanto, que as possíveis causas de resistências à ação do Espírito Santo que foram apresentadas, como também as formas de solução, estão ainda muito longe de poder esgotar o assunto, e até mesmo que outros assuntos ligados ao tema poderiam talvez ser aventados como mais importantes do que os que foram apresentados. Por essa razão, enfatizo que o tema em si é relevante para todos os cristãos, mas que os assuntos apresentados procuraram atender mais especialmente à visão que tenho sobre certas necessidades específicas da RCC. Assim, espero que possamos vislumbrar outras propostas em referência a este tema, e com contribuições superiores as que aqui prosseguem.

Antes de dar por terminado o que podemos ver aqui, quero ainda apresentar três reflexões retiradas de textos bíblicos com a intenção de que possam nos ajudar um pouco mais no aprofundamento sobre possíveis causas de resistências ao Espírito Santo e seus dons. Elas são apresentadas no final, e de forma bem resumida, porque se referem às resistências que podem ser vistas não como próprias de quem estará dando seus primeiros passos, mas seriam por quem já caminhou e retrocedeu em suas relações com os carismas.
O primeiro prazo para as inscrições do ENF2013, encontro que reúne carismáticos de todo país para oração, partilha, formação, e escuta profética termina dia 30 de novembro. As pessoas que efetuarem seu cadastro até esta data, terão desconto na inscrição que ficará pelo valor de R$60,00.
Após essa data, os valores serão periodicamente ajustado conforme os seguinte prazos:
de 01/12/2012 até 04/01/2013 - R$75,00
de 05/01/2013 até 18/01/2013 - R$85,00
na hora - R$95,00
A RCCBRASIL está trabalhando para que o ENF2013 seja realizado no Centro de Eventos da Sede Nacional em Canas/SP. O encontro reflitirá sobre a temática da RCC para 2013:“Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (I Jo 5,4b).
Reúna a equipe de serviço do seu Grupo de Oração e venha participar deste grande encontro da família carismática, que dará início no dia 24 de janeiro de 2013 às 8h, com término no dia 27, às 13h.
Não perca esta oportunidade, acesse o link e faça sua inscrição!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Projeto Epafras

Projeto Epafras

 


Introdução – Projeto Epafras – 30 minutos para Deus

É preciso ter metas, objetivos concretos, ter roteiros, direcionamento… Um caminho a caminhar. É por causa disso que o Espírito Santo tem suscitado uma espiritualidade assim: Com rumo, com direção. Uma espiritualidade de quem sabe o que quer. Entendo que até para rezar precisamos ter esta experiência administrativa, organizada, para que o Espírito Santo possa realizar maravilhas na história. Foi assim, por exemplo, com Josué (Js 6,1-16). Deus deu a Josué um verdadeiro roteiro de oração. Aquele povo tinha um objetivo que era conquistar Jericó, mesmo sabendo ser isto, algo humanamente impossível.
Então vejamos como fica isto:
Planejamento: Ficar no acampamento com a Arca e cada dia dar uma volta na cidade.
Objetivo: Conquistar Jericó
Meta: Dar uma volta a cada dia e no sétimo dia dar sete voltas e tocar a trombeta
Probabilidade de acerto: Nenhuma
Resultado: 100%


Releia este texto da tomada de Jericó. É um verdadeiro roteiro de oração.

Quando São Paulo se refere a Epafras (Col. 4,12), é fácil perceber que este homem, tinha um verdadeiro projeto de oração. Era alguém que sabia o que queria que tinha uma meta clara na sua intercessão pelas pessoas: “Para que cumprais a vontade de Deus”. Certamente muitas Graças aconteciam com a intercessão de Epafras. Devem ter chegado aos seus ouvidos e a todos da Comunidade de Colosso, muitos testemunhos de pessoas agraciadas com este “fazer a vontade de Deus”.
Estas pessoas, como Josué e Epafras nos mostram que é preciso nos organizar bem na oração, tendo metas e objetivos claros. Diante desta realidade é que quero trazer o PROJETO EPAFRAS-30 MINUTOS PARA DEUS.
Um verdadeiro projeto de oração ininterrupto, onde nossa oração é colocada numa caixa com tantas outras. Fazendo assim, com que nos unamos uns com os outros, para obtermos os favores de Deus, como o próprio Jesus nos ensina (Mt 18,19-20). Neste projeto cada um assume o compromisso de doar pelo menos 30 minutos do dia para Deus em favor de si próprio e de tantas pessoas. (Conf. Na pagina tal…).
No Projeto Epafras, literalmente nos colocaremos na brecha, como o próprio Deus quer que o façamos (Ez 22,30). Que lindo! Até Deus quer que haja um projeto na nossa oração, Deus quer que literalmente O enfrentemos na oração. Qual é a grande meta de Deus neste texto? Que nos coloquemos na brecha. O objetivo: Enfrentarmos a Ele na oração, para que o povo pecador não pereça.
O Projeto Epafras existe para taparmos todas as brechas e obtermos para nós e para todo Seu povo os favores que Ele mesmo quer nos conceder.
O mundo está carente de pessoas que rezem, de pessoas que diariamente se coloquem na brecha em favor de alguém ou de alguma causa. Espero que esta leitura possa trazer a você um avivamento na oração.
Deus abençoe você!
“Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem”. Mt 7,11

Conhecendo Epafras:
 
Etimologicamente, o nome grego “Epafras” significa “muito desejável”
Se conhece pouco sobre Epafras. São Paulo fala dele três vezes na Escritura, porém. Ele foi o primeiro missionário e pastor dos Colossenses. De Epafras, Paulo tomou conhecimento tanto do amor espiritual como dos perigos da igreja de Colosso, que o levou a escrever uma carta aos Colossenses.

Epafras nos parece ter sido vítima da perseguição dos Romanos e lançado na prisão junto com Paulo. À medida que Paulo vai concluindo a sua carta, ele cita algumas características da experiência de oração de Epafras.

· Paulo nos mostra os relacionamentos nos quais a vida de oração de Epafras foi alicerçada:

1)No relacionamento com Cristo (“um servo de Cristo”)

2)No relacionamento com as pessoas de Colosso (“um deles”).
 Epafras pertencia a Cristo, e também pertencia à comunidade colossos. A vida de Epafras era uma contínua intercessão, doação e serviço.

De acordo com Paulo, Epafras tinha algumas necessidades, diante das quais a vida de oração dele era motivada. Aqui estão os princípios que conduziam suas súplicas pelos colossenses:

1) Para que eles fossem “conservados” — isto é, permanecessem firmes na verdade, nas doutrinas da graça, se opondo a toda doutrina contrária;

2) Para que eles fossem “perfeitos” — literalmente, “crescessem plenamente” — isto é, crescessem em maturidade espiritual.

3) Para que eles fossem “completos em toda a vontade de Deus” — isto é, cheios de obediência e certeza da vontade graciosa de Deus.

Paulo fala das características pelas quais a vida de oração de Epafras era marcada. São estas:

1) Um espírito de catolicidade zelosa: “Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e pelos que estão em Hierápolis”.

2) Um espírito de constância abundante: “Combatendo sempre por vós em orações”.

3) Um espírito de agonia que luta: “combatendo” — isto é, suas orações não eram apenas generosas, numerosas e contínuas, mas árduas também. Ele vivia engajado em na batalha espiritual.

Da vida de oração de Epafras o que podemos aprender?

1) Perseverar em verdadeira oração

2) Verdadeiros lutadores receberão muita oposição. Um escritor, Andrew Bonar escreveu: “A ordem de Satanás para os seus diabos é, ‘Não lute com pessoas grandes ou pequenas, mas somente com pessoas que oram’”.

3) A oração é um chamado para toda a vida, não importa em quais circunstâncias estejamos.

4) Nossa maior necessidade na igreja e como Igreja é por suplicantes e lutadores como Epafras.
 
Conhecendo a Cidade de Colossos:
 
Colossos ficava a sudoeste da Frígia, na Ásia Menor, às margens do rio Lico. A cidade foi importante no século V a.C. Depois foi perdendo sua importância diante do crescimento de Laodicéia, a 18 km, e Hierápolis (Col. 4.13). O livro de Apocalipse confirma que Laodicéia era uma cidade rica (Ap.3.18).
Colossos perdeu sua importância devido à mudança no sistema de estradas. Isso passou a beneficiar Laodicéia.
A cidade dos colossenses foi destruída no século 12 d.C. Escavações arqueológicas realizadas em 1835 descobriram um teatro e um cemitério da cidade.

 
Conhecendo a Igreja de colossos

A igreja em Colossos deve ter sido fundada por Epafras. Isso não está claro no Novo Testamento, mas parece ser uma dedução coerente com as palavras de Paulo (Col. 1.7,8). É provável que Paulo nunca tenha estado em Colossos. Isso é deduzido de Col. 2.1. Apesar de tantas questões incertas sobre a fundação da igreja, o que sabemos com certeza é que a mesma estava sob a liderança de Epafras, como também ocorria com as igrejas de Laodicéia e Hierápolis (Col. 4.12-13). O texto de Colossenses 4 e também o de Filemom 23 nos dão a entender que Epafras estava preso juntamente com Paulo, quando este escreve as chamadas “epístolas da prisão”: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Essa circunstância comum às quatro cartas faz com que haja algumas semelhanças entre elas, principalmente entre Efésios e Colossenses (Exemplo: Ef. 6.21-22 e Col. 4.7,9 e Fm. 10 23,24).

 
O Projeto

Cl 4,12 – Saúda-vos Epafras, vosso concidadão, servo de Jesus Cristo. Ele não cessa de lutar por vós em suas orações, para que, numa perfeita e plena convicção, permaneçais plenamente submissos à vontade divina.
Peço que você releia este versículo muitas vezes. Até mesmo decore. Aí diz que este servo de Deus Epafras, não cessa de lutar na oração.
Como a Epafras, Deus nos convida a uma oração sem cessar. A nossa vida é uma verdadeira guerra espiritual. E como em toda guerra precisamos de armas, na guerra espiritual precisamos estar armados e armados espiritualmente. Precisamos lutar para alcançar os favores de Deus.
Cada um de nós tem “guerras”. “Guerras” estas que nunca serão vencidas por forças humanas, mas sim espirituais. “Guerras” que precisam de um assalto incessante de louvores, súplicas, clamores, adorações… ao Deus vivo e verdadeiro, sim a Ele que tem o controle de todas as coisas. E para vencermos estas “guerras” precisamos da Graça do orar sem cessar. E como é impossível rezarmos o tempo todo humanamente falando, trazemos até você o Projeto Epafras, que consiste em durante as 24 horas do dia, a nossa causa ser elevada até o Céu, sem cessar…
E como se dará isto: Vamos dividir o dia de 24 horas em 30 minutos de oração para cada pessoa. Bastariam 48 pessoas para preencher as 24 horas, mas é claro que quanto mais pessoas em um horário, será melhor, será mais oração naquele horário.
Teríamos metas: Iniciaríamos jornadas de 40 dias (lembrando A caminhada do povo de Deus no deserto, Jesus antes da vida pública). Sempre começando com uma Missa de entrega de todos os pedidos que colocaremos numa caixa de oração. E nossa intenção será sempre pelos pedidos da caixa de oração, onde é claro, estará o pedido de cada um de nós. Então seguiremos um roteiro de oração de exatamente 30 minutos. E sempre encerraremos com uma Missa de louvor, e ação de Graças a Deus, onde nesta mesma, iniciaremos outra jornada de 40 dias e assim sucessivamente.
Não entendi ainda o que Deus quer com isso, mas sinto que será um derramamento de Graças. Seremos os Epafras dos dias de hoje, homens e mulheres que oram sem cessar. “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus”. (Mt 18,19)
Para implantar o projeto Epafras é necessário pelo menos 48 pessoas que dediquem 30 minutos do dia à oração e à intercessão. E vai ser muito bom, pois é muito simples. Em casa mesmo cada um pode fazer sua oração. Por exemplo: As famílias podem colocar suas lutas e sofrimentos em oração. Todos rezando por aquela causa durante 40 dias. E até mesmo a cada 40 dias rezar por alguém da família. No trabalho também. Inclusive os padres nas paróquias convocando os fiéis a rezarem por situações concretas da Comunidade. Com os colegas dividir o tempo e intercederem por situações concretas. E o lindo do projeto Epafras é que um rezará por todas as intenções e todos rezarão pela intenção de um só, pois não esqueça: A intenção é sempre por aqueles pedidos que foram colocadas na Caixa de Oração.
E agora, mãos à obra, comece logo, reúna as pessoas e muita oração!!!
E por que Projeto? Porque é algo concreto, com meta, com objetivo, com determinação, que tem uma direção.
Deus inspirou também um roteiro de oração. É claro, cada um sinta-se livre: Nos seus 30 minutos, você pode rezar um terço ou outras orações. Porém, é importante seguirmos todos uma mesma oração.

 
Roteiro de Oração

Projeto Epafras – 30 minutos para Deus


Apresentação:

Nossa oração será da forma que segue: Invocação do Espírito Santo (Seqüência de Pentecostes), seguida de um bom momento de oração em línguas, pelo menos 5 minutos. Depois leia e reze o evangelho do dia (é importante estar sempre com uma Bíblia em mãos). Seja livre, mas gaste aí pelo menos 5 minutos também (É importante nesta leitura do Evangelho, perceber uma mensagem central e interceder especificamente. Por exemplo: Se o Evangelho fala de cura, interceda por aqueles que colocaram na Caixa de Oração pedidos de cura. A Palavra de Deus é rica e eficaz. Cada dia você terá uma inspiração para interceder no Projeto Epafras). Após o Evangelho temos uma oração de libertação e de vitória em Nome de Jesus (É importante proclamarmos a vitória de Jesus). Antes de finalizar, reze o terço de São José (Pois Ele é patrono da Igreja, homem de silêncio e de escuta, protetor de Jesus e de Maria, que com certeza nos protege e a todos que a Ele dirigem suas orações). E para encerrar, reze esta linda e eficaz oração à Nossa Senhora do Desterro.


Introdução:

Pelo sinal da santa Cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém!

1) Seqüência de Pentecostes:

“Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz! Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons. Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde! No labor, descanso, na aflição remanso, no calor aragem. Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós! Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele. Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente. Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei. Dai a vossa Igreja que espera e deseja vossos sete dons. Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém!”

2) Evangelho: Tenha a Bíblia em mãos, para saber qual é o Evangelho do dia.


3) Oração no Nome de Jesus:

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus Cristo esmagou a cabeça da serpente
E derrotou o poder que ela tinha sobre nós
A vitória foi alcançada, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus Cristo despojou a morte de seu poder
E também nas nossas vidas e no nosso coração
Ele venceu a morte, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
O Cordeiro, o Leão de Judá venceu o poder de satanás
E o poder do pecado em nossas vidas
Jesus é o vencedor, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus pôs todos os inimigos sob Seus pés
Também nas nossas vidas o inimigo foi vencido
Jesus é o vencedor, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus veio para destruir as obras do diabo
Elas foram destruídas, pois Jesus é o vencedor, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus nos resgatou de todo o poder do pecado
Pois Ele diz: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”
Isto significa para nós: Estamos livres das algemas do pecado
Jesus é o vencedor, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Eu sei que o nosso Redentor vive, nos redime
E nos transforma em novas criaturas
Nós estamos livres, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus despojou os Seus inimigos publicamente
E os expôs ao desprezo triunfando deles na cruz
Jesus é o vencedor sobre qualquer poder do inimigo, Aleluia!

No nome de Jesus e nas Suas Chagas está a vitória
Jesus tem as chaves da morte e do inferno
Nunca mais algum inimigo nos poderá causar dano, Por mais furioso que se mostre
Jesus é o vencedor, Aleluia!


4) Terço de São José:

Inicia-se o terço com:
O Credo / Um Pai-Nosso / Três Ave-Marias / Um Glória

Seguir as orações substituindo o Pai-Nosso por:
Meu glorioso São José, nas vossas maiores aflições e tribulações, o Anjo não vos valeu? Valei-me São José!
Substituir a Ave Maria, por:

“São José, valei-me.”

Conclui-se o terço com este oferecimento:

“A vós, glorioso São José, ofereço este terço em louvor e glória de Jesus, Maria e a Vós, para que sejais minha luz, minha guarda, meu guia, proteção, defesa, amparo, fortaleza, alegria em todos os meus trabalhos, tribulações e agonias. Pelo nome de Jesus, pela glória de Maria, imploro o vosso poderoso patrocínio, para que me alcanceis a Graça que desejo. Falai em meu favor, advogai em minha causa, no céu e na terra. Alegrai a minha alma para a honra e gloria de Jesus, Maria e vossa, Assim seja!”


5) Oração à Nossa senhora do desterro:

“Ó Bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo Salvador do Mundo, Rainha do Céu e da Terra, advogada dos pecadores, auxiliadora dos cristãos, protetora dos pobres, consoladora dos tristes, amparo dos órfãos e viúvas, alívio das almas penantes, socorro dos aflitos, desterradora das indigências, das calamidades, dos inimigos corporais e espirituais, da morte cruel dos tormentos eternos, de todo bicho e animal peçonhentos, dos maus pensamentos, dos sonhos pavorosos, das cenas terríveis e visões espantosas, do rigor do dia do juízo, das pragas, dos incêndios, desastres, bruxarias e maldições, dos malfeitores, ladrões, assaltantes e assassinos.
Minha amada mãe, eu prostrado agora aos vossos pés, com piedosíssimas lágrimas, cheio de arrependimento das minhas pesadas culpas, por vosso intermédio imploro perdão a Deus infinitamente bom. Rogai ao vosso Divino Filho Jesus, por nossas famílias, para que ele desterre de nossas vidas todos estes males, nos dê perdão de nossos pecados e nos enriqueça com sua divina graça e misericórdia.
Cobri-nos com o vosso manto maternal, ó divina estrela dos montes. Desterrai de nós todos os males e maldições. Afugentai de nós a peste e os desassossegos.
Possamos, por vosso intermédio, obter de Deus a cura de todas as doenças, encontrar as portas do Céu abertas e convosco ser felizes por toda a eternidade. Amém.”


(Rezar 7 Pai-nossos, 7 Ave-Marias e 1 Credo ao Sagrado Coração de Jesus, pelas sete dores de Maria Santíssima).


Testemunhos:



A cada edição serão renovados, como no livro: Terço da libertação.
Bibliografia:
Cic
Bíblia Ave-Maria
Bíblia edição pastoral – Edições Paulinas
Lv Colocando-se na brecha – Madre Basiléia
Lv. Orações de poder – Editora Raboni

domingo, 18 de novembro de 2012

DOM DE CURA

Acompanhe algumas perguntas e respostas acerca do dom da Cura.

Em que consiste o dom de cura?

O dom de cura é um carisma como os demais carismas que se recebem gratuitamente para colocar a serviço dos enfermos. É possível dizer que os cristãos, quando oram pelos doentes, às vezes descobrem com surpresa que Deus responde à sua oração sarando enfermos e quando essas curas se repetem, já é um sinal de que Deus quer usar essa pessoa através de sua oração, para manifestar compaixão pelos enfermos. Então, neste carisma de cura, quem atua é Deus. É Jesus quem cura. E o cristão que recebe o dom da cura, é pela fé que o recebe e que manifesta através de sua oração e o Espírito Santo manifesta um carisma respondendo à sua oração. É isso realmente o importante: nós oramos e Jesus cura; nós não curamos a ninguém, quem cura é Jesus.

 
 


Para receber o dom da cura se deve ter qualidades especiais?
 

 Não, pois é um dom gratuito. O Senhor não dá este dom de cura a uns privilegiados. O dá a quem Ele quer. Mas se deve aspirar a ter dons espirituais. O diz São Paulo: “aspirem aos dons espirituais”; se alguém não quer receber este carisma Deus não vai impor. Há que se ter compaixão pelos enfermos e desejar ajuda-los. E quando alguém começa a orar pelos enfermos, pode ser que se manifeste esse carisma.
 
 
De que modo alguém deve desejá-lo e logo o colocar em prática?
 

 Há que se obedecer aos carismas, há que se aspirar aos carismas, aos dons espirituais, nunca o Senhor vai impor um carisma à força, nos disse São Paulo “os espíritos dos profetas obedece aos profetas", quer dizer, o Espírito Santo que está nos profetas os impulsiona a profetizar, não os obriga, respeita a liberdade do profeta, de maneira que se alguém não quer, o Espírito Santo não vai atuar através dele. Por isso, disse São Paulo, “não apaguem o Espírito”. Há pessoa que recebem um carisma, um impulso a orar, por exemplo, pelos enfermos, porém não o fazem, e Paulo diz: “não apaguem o Espírito...julguem tudo e fiquem com o que é bom”.
 
 

São Paulo disse que o amor é o essencial, então por que se dá tanta importância aos carismas?
 

 O amor é o maior, o mais importante, porém, vocês se dão conta que aquele que pratica um carisma está praticando um ato de amor? Porque o amor não é uma coisa especulativa, o amor se exercita na vida concreta e quando alguém coloca a serviço da comunidade um carisma que recebeu está exercitando o amor. O amor se exercita através de serviço. O amor não é uma coisa emocional somente. Aquele que muito ama é capaz de fazer grandes sacrifícios pelo amado, diz o Senhor. Então, no exercício dos carismas tu estás ajudando seu irmão e é a ajuda que você lhe dá que manifesta o teu amor. Não há nenhuma contradição. Aquele que pretende ter muito amor e recusa os carismas, como vai exercitar seu amor, se não é servindo?





Essas e outras perguntas você encontra no livro “Jesus Cura Hoje”, do Padre Emiliano Tardif, disponível pelo site da Editora RCCBRASIL ou através do telefone (53) 3227.0710.

FIM DO MUNDO

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
Assessor Eclesiástio da RCCBRASIL


Não é brincadeira! O mundo vai acabar! Com toda certeza, um dia Deus será tudo em todos, as coisas antigas passarão, contemplaremos o Filho do Homem vir nas nuvens com grande poder e glória (Mc 13,26). Mas... "quanto àquele dia, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai" (Mc 13,24-32).

É da segunda carta de São Pedro a recomendação: "O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura, sem mancha e em paz. Considerai também como salvação a paciência de nosso Senhor" (2 Pd 3,12-15). Aliás, já vivemos no fim dos tempos, desde que veio o Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Inaugurou-se, pela bondade de Deus, o tempo novo. Somos por ele chamados a viver nesta terra antecipando e apressando o dia de Deus (cf. 2 Pd 3,12).

Logo, nenhuma preocupação com o fim do mundo, mas muita ocupação em viver neste mundo com justiça e piedade. Quando se completar a obra, esta chegará ao seu término, será completa, chegará ao fim! Vale a pena buscar um roteiro de viagem para a caminhada nesta terra, ocupando-nos com o que constrói desde já o Reino de Deus, no qual também os seus filhos reinarão.

Temos uma virtude, que é dom de Deus recebido de presente no Batismo, a esperança, que nos dá a certeza de não estarmos num beco sem saída. Não fomos jogados neste mundo, como obra do acaso! Temos nome diante a face de Deus, somos reconhecidos e tratados como filhos e destinados à felicidade. O Pai do Céu fez este mundo como paraíso para suas criaturas, e é nossa missão lutar para que ele seja assim e para todos. Daí, faz parte da missão do cristão reconstruir, consertar, tomar iniciativa, espalhar o bem, semear por acreditar na colheita, não só aquela do final dos tempos, mas as muitas e sucessivas florações do jardim de Deus em torno a nós. Em qualquer etapa da viagem, a meta é certa!

Não perder tempo, mas preencher com amor a Deus e ao próximo cada instante da existência. Quem chega ao fim de um dia maravilhosamente cansado, depois de ter feito o bem, será feliz e realizado. Nem terá tempo para medo de escuridão ou dos inexistentes fantasmas que podem povoar a "louca da casa", a imaginação. Não terá medo da morte, pois sabe que ela um dia chegará no melhor momento da existência de cada pessoa. É que Deus, sendo Amor, colherá a flor da vida de cada filho ou filha no tempo certo, pois para ele um dia é como mil anos e mil anos como um dia (Sl 89,4). Ninguém na ociosidade! Não perder tempo!

Ao longo da estrada, há sinais oferecidos por Deus, mostrando o rumo da viagem. Pode ser o irmão caído beira do caminho, um grito que pede atenção. Ali, há que descer da montaria de nosso orgulho ou falta de tempo, derramando o óleo e o vinho do afeto (Cf. Lc 10,30-37), dando o que pudermos para que aquele que caiu seja confiado à "estalagem" chamada Igreja, a quem cabe cuidar da humanidade até o Senhor voltar!

Muitas vezes será a palavra anunciada, "oportuna e inoportunamente" (2 Tm 4,2), cujo som ecoa e chega ao ouvido e ao coração. Até o Senhor voltar, sinal será a comunidade que participa da Eucaristia, enquanto espera sua vinda, clamando quotidianamente "Vem, Senhor Jesus". Na Eucaristia, torna-se presente o sacrifício de Cristo, sua Morte e Ressurreição. Mesa preparada, irmãos acolhidos, Céu que se antecipa e nos faz missionários! Acolher a todos e fazer crescer a Igreja.

Quem escolhe o seguimento de Jesus Cristo prestará atenção nos "sinais dos tempos", aprendendo com as lições de sua história pessoal e dos acontecimentos. Para dar um exemplo, ao ler ou ouvir as notícias diárias de crises, crimes ou desastres, saberá ir além dos sustos ou escândalos. Ao invés de achar que o fim do mundo está chegando, porá mãos à obra, buscando todos os meios para que o dia de amanhã seja melhor do que hoje. Será sua tarefa ir além das eventuais emoções oferecidas pelos acontecimentos, para edificar com serenidade e firmeza o futuro. Se para tanto haveremos sempre de contar com a graça de Deus, que ninguém se esqueça de que, após a criação do mundo, o cuidado com tudo o que era "muito bom" (Cf. Gn 1,1-31) foi entregue ao homem e a mulher. Responsabilidade!

Mais ainda! Quem olha ao seu redor, verá que a viagem se faz em comunhão com outras pessoas. Ninguém tem todos os dons e todas as capacidades. O apóstolo São Paulo já ensinava, comparando com o corpo a vida da Igreja (Cf. 1 Cor 12,1-31) o jeito de partilhar com os outros na aventura da existência nesta terra. Enquanto caminhamos, é bom aprender as leis da eternidade, onde Deus será tudo em todos. Partilhar os dons e os bens, superar a ganância e aproveitar todas as ocasiões para estar com os outros, construindo um mundo de irmãos. Na eternidade, não haverá luto, nem dor, egoísmo ou tristeza! É bom antecipá-la!

Assim, ouvir a Igreja que fala do fim dos tempos, será uma positiva provocação a todos os cristãos. Atenção aos avisos de trânsito na estrada do Reino definitivo: "A meta é certa!"; "Não perder tempo!";
"Acolher a todos e fazer crescer a Igreja!"; "Responsabilidade!"; "Antecipar os valores da eternidade!" Poderemos então rezar confiantes: "Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas". Amém! Maranatha! Vem, Senhor Jesus! Amém!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

I Encontro Vocacional da RCC acontece em Dezembro

Com o tema “Minha vocação uma resposta de Amor a Deus”, a Renovação Carismática Católica do Brasil realiza o 1º Encontro Vocacional da RCCBRASIL. O evento tem como público alvo aquelas pessoas que desejam assumir o chamado de Deus em suas vidas, principalmente nas Casas de Missão da RCCBRASIL.

O Encontro Vocacional acontecerá em Canas/SP, na (Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora - Rua Nossa Senhora Auxiliadora nº 112 Centro), entre os dias 14 e 16 de dezembro de 2012. Como pregadores o evento contará com o coordenador Nacional do Ministério Jovem e Diretor Executivo do Escritótio Nacional da RCCBRASIL, Marcio Zolin, a Coordenadora Nacional do Ministério de Formação, Lucimar Mazieiro e o Coordenador Geral das Casas de Missão da RCCBRASIL, Ronaldo “Salomão”. Além destes, está confirmada a presença da missionária e Coordenadora da Casa de Missão de Afuá/PA Virtes Romani.

As vagas são limitadas a 100 pessoas, para que todos os vocacionados possam ser bem acompanhados. O investimento é de R$ 150,00 e estão inclusos alimentação, inscrição, hospedagem em casas de família e deslocamento da cidade de Lorena ou Cachoeira Paulista, em direção à Canas.

Mais informações, inscrições e contato através da
página do evento em nosso Portal, pelo e-mail: vocacional@rccbrasil.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo telefone (53) 3227.0710 com Daniele

Por que a RCC enviou missionários para Uganda?


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A importância da Lectio Divina

A oração em comum alcança toda sua eficácia quando está intimamente ligada à oração pessoal. Oração pessoal e comunitária, de fato, estão estreitamente relacionadas e são complementares entre si. Tanto para a oração pessoal como para a oração comunitária, valem as palavras do Senhor: “Orai sempre, sem cessar” (Lc 18, 1).

“Alegrai-vos sempre, orai sem cessar...” (1Ts 5, 17). Viver a espiritualidade significa, antes de tudo, partir da pessoa de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, presente na Palavra, a primeira fonte de toda a vida espiritual cristã. A santidade não é concebível senão a partir de uma renovada escuta da Palavra de Deus (Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, 2002, n. 24).

Neste sentido, a Lectio nos ajuda com passos definidos a guardar a Palavra e a colocá-la em nossas vidas, a fim de sustentar um relacionamento pessoal com Deus Vivo e com sua vontade salvífica e santificadora. Todos os acontecimentos do dia a dia se tornam ocasiões importantes para encarnarmos a Palavra que colhemos preferencialmente antes do nascer do sol. Por meio da Lectio Divina, a Palavra pode ser transferida para a vida, iluminando-a com a sabedoria do Espírito Santo.

“A sabedoria é luminosa... Quem por ela madruga não se cansa, pois a encontrará sentada à porta. Meditar sobre ela é a perfeição do bom senso”. (Sb 6, 12-15).

Este pão da Palavra, que a própria Igreja nos oferece em sua liturgia (por meio da Leitura, do Salmo e do Evangelho), deve ser colocado à mesa do nosso coração, da nossa alma e do nosso espírito bem cedo. É ele o sustento da nossa alma no combate espiritual daquele dia. Todo nutricionista diz que o café da manhã deve ser a principal refeição, isso porque, temos pela frente uma jornada repleta de desafios e exigências físicas. Também o pão da Palavra deve ser nosso café da manhã, nossa principal refeição espiritual e, por esta refeição, devemos nos antecipar ao sol.

Nosso dia será repleto de desafios, dificuldades, encontros e desencontros, tentações, desejos, sentimentos, feridas, emoções, maus hábitos e comportamentos que estão presentes em nós. É exatamente aí que a Palavra de Deus entra, modificando tudo isso em nós. É assim que podemos verdadeiramente encarnar a Palavra, deixar que ela penetre as profundezas de nossa alma, de nossa existência, santificando-nos e purificando-nos de todas as nossas manchas.

“A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração. Não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.” (Hb 4, 12-13)

Ele mesmo, o Verbo, a Palavra, fará com que sejamos guardados de toda mancha. Não existe outra maneira de sermos santificados senão pela ação da Palavra em nossas vidas. “Que o próprio Deus da paz vos santifique inteiramente, e que todo o vosso ser – o espírito, a alma e o corpo – seja guardado irrepreensível para a vida de nosso Senhor Jesus Cristo! Aquele que vos chama é fiel, ele mesmo fará isto”. (I Ts 5, 23-24)





Este é um trecho do livro "Não só de pão vive o homem", ele está disponível no site da editora RCCBRASIL.





sábado, 27 de outubro de 2012

A Missão da Renovação Carismática Católica

Paulo VI disse que a essência da Igreja Católica é a Evangelização. Então, qual é a missão específica do Renovamento Carismático? Qual é o nosso particular carisma nesta missão? Reveste três características: 
 


1. Proclamar com alegria o "kerigma", quer dizer, a Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Não há outro evangelho, senão o próprio Jesus.


2. Evangelizar com o poder do Espírito Santo, convicção, força e liberdade necessárias para mostrar que Jesus vive hoje na Igreja e no mundo. Os carismas ajudam e encorajam esta proclamação "kerigmática". Sinais, mistérios e milagres fazem parte do pacote da evangelização. Eles advêm naturalmente das ações do Espírito Santo e não devem ser receados. Dirigem a nossa atenção para o Senhor entronado.


3. Proclamar o Reino de Deus através de comunidades sagradas e plenas de amor. A comunidade é um forte sinal de uma verdadeira evangelização. O Renovamento Carismático é chamado a gerar comunidades evangelizadas que evangelizam. Famílias santificadas, padres santos, comunidades santas e por fim, uma Igreja santificada e missionária. O mundo precisa ver homens e mulheres santos, mas também comunidades santas, onde uma nova forma de vida, a vida no Espírito, pode ser realmente vivida.


Essas palavras que ressoaram na Basílica de S. Pedro há muitos anos atrás estão a cumprir-se hoje: Renovamento Carismático chegou o tempo de evangelizar em todos os momentos, até à vinda do nosso Senhor Jesus Cristo!



José Prado Flores
in: "Charismatic Renewal: a Grace, a Challenge and a Mission", ed. ICCRS


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vocação

Neste espaço, sempre tratamos de assuntos que nos levam a refletir com mais intensidade a vida da Renovação Carismática Católica. Por esse motivo, neste encarte, abordaremos pontos que nos ajudam a aprofundar a vontade de Deus em nossa vida. Durante esses últimos anos, seguimos, como Movimento, a escuta profética dos passos do Senhor para nossa ação missionária na vida da Igreja. Em 2009, a temática foi “Jesus é o Senhor”. Essa moção nos conduziu a proclamar que Ele é Senhor de nossas vidas e de todo nosso apostolado. Atualizamos a adesão a Jesus Cristo como nosso único e verdadeiro Senhor, o que nos ajudou em todas as atividades de evangelização daquele ano. Sentimos um fortalecimento em nossa vida espiritual e conseguimos vislumbrar melhor o que significaria para nós nestes tempos viver a reconstrução.

No ano seguinte, como consequência da proclamação de seu Senhorio em nossa vida, sentimos a necessidade de renovar nosso compromisso com a missão de dar ao mundo uma grande notícia, ou melhor, a “Boa Notícia”. Por isso, no ano de 2010, nos unimos em torno da Palavra de Deus para “anunciar a Boa Notícia” e “unidos, reconstruir as muralhas”. Foi um tempo de estreitar ainda mais nossos laços de amor com a Palavra de Deus, de retomar, como Amigos de Deus, a leitura orante dos textos bíblicos, de dialogar com Deus através da Palavra. Assim, fomos direcionados, com o livro de Neemias, a repensar e planejar nossas ações enquanto líderes do Movimento: nasce, dessa forma, o Planejamento Estratégico.

Quanta alegria em anunciar boas notícias! Alegria aos anunciadores, esperança aos ouvintes! Como um sinal de encorajamento, toda Igreja naquele ano foi presenteada com a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini. Isso foi para nós, da Renovação Carismática Católica, como uma confirmação de nossa prática evangelizadora.

Realmente, Deus queria nos conduzir a uma missão ainda maior e fazer-nos perceber que Ele estava a direcionar nossos trabalhos. Chegamos em 2011 e “Por causa da Palavra do Senhor, lançamos as redes”. Quantas atividades missionárias foram realizadas no decorrer daquele ano, e quantos irmãos foram alcançados pelo Anúncio. O Senhor nos levou a lançar redes, mesmos em águas que, aos nossos olhos, já não ofereciam mais condições de pescaria. Pela obediência à Sua voz, nos encontramos com redes cheias de vidas. Foi um ano de encorajamento. Deus nos revelava que nossa vida é o maior instrumento de missão. É com a vida que obedecemos a Sua voz, e é com o nosso testemunho que vamos alcançar aqueles irmãos que A desconhecem. Pelo amor a Jesus Cristo, obedecemos, e, também, somos impelidos a ir ao encontro daqueles que não conhecem o Seu Amor.

Experimentamos, no decorrer desse ano (2011), a riqueza da missão. Vimos que o Grupo que se lança em missão é presenteado com os frutos do encorajamento, da alegria, da ousadia, da resposta generosa de Deus, que o faz crescer não apenas em número, mas em graças espirituais. E o povo que é alcançado por este anúncio tem a oportunidade de conhecer o amor de Deus e se entregar a Ele, tendo vidas restauradas e transformadas.

É assim que a moção da reconstrução vai se realizando por toda a vida da Renovação Carismática Católica.

Estamos em 2012, e nossa missão vai crescendo! Agora é tempo de cuidar daqueles que o Senhor trouxe até o Seu aprisco. E o interessante que o próprio Jesus nos mostra que ainda há ovelhas que não são deste aprisco. Entendemos, então, que nossa missão está apenas começando. Nos demos conta que estamos vivendo um momento de nova unção em nosso discipulado e apostolado. Estamos aprendendo com o modelo de Jesus a apascentar as Suas ovelhas, pois Ele mesmo nos pede: “Apascenta as Minhas ovelhas”.

Paremos para contemplar o que Deus tem feito em nosso meio nesses últimos anos: hoje a RCCBRASIL esta construindo uma Sede Nacional; temos um Escritório Nacional que cresceu não apenas em número de funcionários, mas em demandas missionárias, na qualidade da comunicação e no cuidado da vida do Movimento; temos quatro casas de missão no Brasil e, em breve, estaremos enviando missionários para outro continente; mobilizamos o país em oração; respondendo a necessidade de termos servos mais bem preparados, investimos na formação, através do Instituto de Educação a Distância e da Escola Nacional de Formação de Lideres e Missionários. Enfim, percebemos que Deus tem falado conosco de maneira clara e profética. Também é visível que todos os que seguem esse direcionamento profético estão alcançando um grau de maturidade eclesial.

Conforme aprofundamos nossa reflexão, vamos entendendo que estamos vivendo um chamado de Deus. E, a partir dessa linha de pensamento, iniciamos neste encarte um olhar sobre este tema: Vocação. Nesta edição, abordaremos três pontos: o que entendemos por vocação, a vocação do leigo na Igreja e vocação e a vida no Espírito.

I – O que entendemos por vocação

A palavra vocação vem do latim “vocare”, que entendemos por “chamado”. Como cristãos, compreendemos ser vocação um chamado de Deus. Deus chama, mas espera a resposta. É Deus quem chama e é o homem quem responde ao chamado.

É importante perceber que há diferença entre vocação e profissão. Quando falamos em vocação estamos nos referindo a um chamado de Deus que é para sempre, em cada instante do dia e da vida. Não se pensa em construir patrimônio ou remunerações: é uma vida apoiada na providencia de Deus, vive-se o “ser” de uma vocação. Quanto à profissão, podemos até dizer que se trabalha por aptidão ou onde se encontra a remuneração necessária.

Diz a Palavra de Deus, em 1Ts 4,3: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”. Por meio desse versículo, podemos compreender que a santidade é a nossa vocação. A Resposta a esse chamado que Deus nos faz à santidade só é possível através do amor. Toda vocação só é realizável pelo amor.

II – Vocação dos Leigos na Igreja

A Igreja nos ensina na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christifideles Laici que há variedade das vocações. “Segundo a parábola evangélica, o ‘proprietário’ chama os trabalhadores para a sua vinha nas várias horas do dia: alguns, ao amanhecer; outros, às nove da manhã; outros ainda, por volta do meio-dia e das três da tarde; os últimos, cerca das cinco (cf. Mt 20, 1ss.). Ao comentar esta página do Evangelho, São Gregório Magno interpreta as várias horas da chamada relacionando-as com as idades da vida: ‘É possível aplicar a diversidade das horas — escreve ele — às diversas idades do homem. O amanhecer pode certamente representar, nesta nossa interpretação, a infância. A hora tércia, por sua vez, pode entender-se como sendo a adolescência: o sol dirige-se para o alto do céu, isso é, cresce o ardor da idade. A hora sexta é a juventude: o sol está como que no zênite do céu, isso é, nesta idade reforça-se a plenitude do vigor. A idade adulta representa a hora nona, porque, como o sol declina do seu alto, assim esta idade começa a perder o ardor da juventude. A hora undécima é a idade daqueles que se encontram muito avançados nos anos... Os trabalhadores são, portanto, chamados para a vinha em horas diferentes, como a querer significar que à santidade de vida um é chamado durante a infância, outro na juventude, outro quando adulto e outro na idade mais avançada’” (CL 45). Em qualquer momento de nossa vida, Deus nos chama; a qualquer hora podemos ouvir esse chamamento; e para cada época há uma missão diferente. Portanto, nunca podemos esquecer que Deus chama e que aguarda a resposta do homem.

O Papa João Paulo II continua, dizendo que a Igreja deve dar hoje um grande passo, deve entrar numa nova etapa histórica do seu dinamismo missionário: “Para evangelizar o mundo são necessários, antes de mais, os evangelizadores. Por isso, todos, a começar pelas famílias cristãs, devem sentir a responsabilidade de favorecer o despertar e o amadurecer de vocações especificamente missionárias, tanto sacerdotais e religiosas como laicais, recorrendo a todos os meios oportunos e sem nunca esquecer o meio privilegiado da oração, conforme a própria palavra do Senhor Jesus: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rezai, pois ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara!’” (CL 35).

É com alegria que olhamos para este texto escrito por João Paulo II, pois, nos tempos atuais, (a RCCBRASIL vem vivendo seu chamado de ser na Igreja rosto e memória de Pentecostes, um Movimento que se preocupa em ajudar os que se sentem chamados a uma vocação específica a dar uma resposta generosa a Deus, colocando suas vidas inteiramente a serviço da evangelização. E, neste serviço, a RCC tem contribuído para promover a dignidade humana.

Temos visto a missão da RCCBRASIL no Marajó, em Canas, em Pelotas, contribuindo para que os filhos de Deus sintam a dignidade desta condição. Assim, confirmamos o que ensina a Christifideles Laici: “A dignidade da pessoa aparece em todo o seu fulgor, quando se consideram a sua origem e o seu destino: criado por Deus à Sua imagem e semelhança e remido pelo sangue preciosíssimo de Cristo, o homem é chamado a tornar-se ‘filho no Filho’ e templo vivo do Espírito, e tem por destino a vida eterna da comunhão beatífica com Deus” (CL 37).

III – Vocação e a Vida no Espírito

Firmamos nossos pés na caminhada com Cristo a partir de uma experiência íntima com o Espírito Santo. A partir desse encontro profundo, nos deixamos ser conduzidos por Ele e aos poucos vamos sentindo uma transformação em nosso interior. Isso resulta no que chamamos de vida no Espírito.

A vida no Espírito consiste em:
 viver sob o senhorio de Jesus;
 viver a santidade;
 viver a missão;
 viver na comunidade fraterna.

É o Espírito Santo quem nos impulsiona a assumir que Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas, que nos conduz a uma atitude de conversão, gerando em nós vida de santidade. Ele nos leva a assumir o discipulado e o apostolado, e a viver em unidade com os irmãos.

Alguns sinais vão marcando nossa vida como:
• Desejar conhecer mais quem é Jesus Cristo;
• Viver o cristianismo de uma nova maneira;
• Buscar o conhecimento da Doutrina da Igreja e das Escrituras;
• Ter uma vida de oração pessoal e comunitária;
• Sentir a necessidade de louvar a Deus pelo que Ele é, pelo que Ele faz e por tudo que Ele pode fazer;
• Passar a servir a Deus e ao próximo;
• Nossa vida se irradia de alegria e contagia a comunidade;
• Sentir o Senhor libertando do medo, das angústias, dos ressentimentos, das emoções descontroladas e muitas vezes aprisionadas;
• Ter a coragem de olhar para nós mesmos e assumir que temos erros, necessidades, fraquezas, e buscar em Deus nossa mudança.

Uma das coisas mais ricas que descobrimos na vida no Espírito é a vida fraterna, a comunidade de irmãos. Não existe como viver no Espírito individualmente. É através dessa experiência com o Espírito Santo que nos sentimos o Corpo de Cristo.

A vida fraterna ou a comunidade fraterna é um sinal profético daquilo que o papa João Paulo II falou a respeito de nossa identidade e espiritualidade: a sonhada “Civilização do Amor”.

IV – Conclusão

Os sinais acima citados nos levam a perceber que temos uma vocação, a vocação da vida no Espírito. Vamos caminhando, de forma que o Senhor vá abrindo o nosso coração à Sua vontade. Quanto mais realizamos a vontade de Deus, mais vamos nos aproximar da felicidade, porque vocação acertada é vida feliz.

No próximo encarte, vamos apresentar os tipos de vocação e passaremos alguns pontos sobre o discernimento vocacional.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A banalização do sexo feminino

Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?

A internet tem noticiado que uma jovem virgem catarinense colocou sua virgindade à leilão realizado por um reality show australiano, e que os lances já chegam a R$ 500 mil. Segundo a notícia, a jovem Ingrid Migliorin, diz que usará dinheiro para construir casas populares e outras atividades, como se fosse lícito fazer caridade através do pecado, como se os fins justificassem os meios. Entre muitos lances, o indiano Rudra Chatterjee ofereceu US$ 250 mil. Lucas Zaiden, de nacionalidade desconhecida, ofereceu apenas US$ 1 (R$ 2). Caso os demais desistam, a jovem terá que aceitar a oferta mínima. Martin Robinson superou Miller pela primeira vez, oferecendo US$ 200 mil (R$ 400 mil). Rudra então aumentou o valor para US$ 250 mil (R$ 500 mil).O que mais nos impressiona e entristece e ver a Imprensa dar ênfase a uma proposta tão destruidora, e tão deprimente da mulher; mas tudo se passa nas redes sociais como se a coisa fosse “bonita”, e se brinca com algo tão sério que é o sexo e a dignidade da mulher. De uma lado a mídia quer valorizar a mulher, e esta exige seus “direitos”; mas, por outro lado, é ela mesma a propor a sua dignidade e sufocar a sua honra, oferecendo –se banalmente como um “pedaço de carne” a ser consumida.
Quanto mais os valores dos lances aumentam, mais atenção o leilão desperta na mídia internacional. Até hoje já são 13 os lances registrados. O primeiro registro foi de um brasileiro chamado Edson Raimundo, que ofereceu apenas US$ 72 dólares (R$ 144) em 18 de setembro.
O que pensar e dizer de tudo isso? Antes de tudo, uma triste banalização do sexo e da mulher, que se oferece como objeto de consumo e de prazer. É mais uma forma moderna de prostituição, onde o sexo é vivido sem amor, sem compromisso, sem filhos, sem família, sem responsabilidade.
 
 
 

O sexo é uma das mais belas realidades criadas por Deus para que o casal humano, homem e mulher, unidos pelo sacramento do matrimônio, vivam os aspectos unitivo e procriativo, que dão fundamento ao casamento e à família, projeto de Deus para a humanidade.
Cabe aqui recordar – ao menos aos cristãos – o que a Igreja ensina sobre a beleza da pureza. O Catecismo da Igreja ensina que a vida sexual é legítima e adequada “aos esposos”: “Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido” (Cat. §2362; GS, 49).
São Paulo há dois mil anos já ensinava aos coríntios: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4). A união sexual só tem sentido no casamento de um homem e uma mulher, porque só ali existe um “comprometimento” de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro, para sempre, gerando daí os filhos, que são, como diz o Catecismo da Igreja, “o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (§1652).
A Palavra de Deus nos alerta pesadamente para o perigo do pecado da carne. São Paulo escreveu muito sobre isso; vejamos: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós” (1 Cor 3, 16-17). 
 
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24). Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito. Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”.(1Cor 6,15-20)
“Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos” (Ef 5,3).
Os cristãos não podem achar graça diante de tudo isso, da profanação do corpo humano belo de uma jovem mulher. Tudo isso precisa receber a nossa denúncia, em nome de Deus Criador. Se, omissa e covardemente nos calarmos, as pedras gritarão.
 
Prof. Felipe Aquino