segunda-feira, 1 de julho de 2013

O dia do Papa!

“Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja, está Jesus Cristo”
Todo trabalho de equipe precisa de uma liderança que garanta as melhores condições para o trabalho conjunto, que estimule cada um a desenvolver suas melhores qualidades, que busque o equilíbrio, que impeça que uns abafem os outros e que os talentos sejam mal aproveitados, a fim de que os bons resultados sejam alcançados. Na Igreja não é diferente. Liderança é trabalho sério, é missão que faz do verdadeiro líder o servidor dos demais.

As primeiras lideranças da Igreja vieram do grupo dos Doze Apóstolos, com Pedro à frente. Ele foi o primeiro a professar a fé de que Jesus é o Filho de Deus Vivente; é o Ungido de Deus.

No dia em que André, irmão de Simão, levou-o até Jesus, o Mestre fixou nele o olhar e disse: “Tu és Simão, filho de João; serás chamado  Cefas (que quer dizer pedra)” (Jo 1,42). Jesus muda o nome de Simão, filho de Jonas. Ele será Pedro - pedra de um grande edifício feito de gente que se assume como discípula de Cristo. É pedra de apoio para ajudar a Igreja inteira. Seu nome novo o coloca como cabeça do Colégio Apostólico, como afirma o próprio Jesus, na região de Cesaréia de Filipe: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 18-19).

Pedro recebeu o título de Príncipe dos Apóstolos e foi o primeiro Bispo de Roma. Daí a primazia do Papa e da Diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica Apostólica Romana.

O nome é a missão


Na Bíblia, quando Deus muda o nome de alguém é porque está lhe dando uma missão. Para o judeu o nome da pessoa tinha algo a ver com a sua identidade e missão. Mesmo depois de Pedro negar Jesus por três vezes, durante a Paixão, Jesus não retira dele a missão. Ao contrário, depois de ressuscitar, confere-lhe o primado, cobrando dele uma tríplice manifestação de amor (cf. Jo 21,15-19). Com as palavras ‘cordeiros’ e ‘ovelhas’, que ele deveria apascentar, Jesus refere-se à universalidade do rebanho que lhe estava confiando.

Nenhum cardeal eleito Papa tem a obrigação de mudar de nome, mas tal ato tem um simbolismo histórico e pode dar a conhecer o itinerário que o novo Pontífice irá seguir. O costume dos papas trocarem o nome de batismo por outro foi introduzido na Igreja pelo Papa João XII (956-964), que trocou seu nome, Octaviano, pelo de João. Daí em diante, o novo Pontífice escolhe um nome especial, continuando, assim, a tradição iniciada com o primeiro Papa, que recebeu um novo nome da parte do próprio Jesus.

Jorge Mario Bergoglio, da Ordem dos Jesuítas, é o nome do Papa Francisco. Essa escolha nos remete a São Francisco, santo muito amado e conhecido pela luta contra a pobreza e pela igualdade entre os seres, o que sinaliza que o seu papado será voltado para a paz, simplicidade e humildade, e para as questões ligadas à pobreza.

Em pronunciamento, dia 16 de março, Francisco explicou qual foi a inspiração para a escolha de seu nome de pontificado. Ele contou que o amigo e Arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, que estava ao seu lado quando a contagem dos votos havia alcançado dois terços e os cardeais já sabiam quem seria o novo Papa, o abraçou, o beijou e lhe disse: “Não se esqueça dos pobres!”. “E aquela palavra ficou gravada na minha cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis. Em seguida, enquanto continuava o escrutínio até contar todos os votos, pensei nas guerras. E assim surgiu o nome no meu coração. Francisco de Assis, para mim, é o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação. Neste tempo, também a nossa relação com a criação não é muito boa! Francisco é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre… Ah, como eu queria uma Igreja pobre e para os pobres!”, disse o Sumo Pontífice.

Seu lema, MISERANDO ATQVE ELIGENDO (Com misericórdia o elegeu), foi retirado de uma homilia de São Beda, o Venerável, ao comentar o evangelho de Mateus 9,9: “Viu Jesus a um publicano e, olhando-o com misericórdia, o elegeu e lhe disse: siga-me". Este lema é um reconhecimento da misericórdia divina e tem um importante significado na vida e no caminho espiritual do Santo Padre.

A designação de Papa para os sucessores de São Pedro é uma palavra carinhosa, pois pappas (πάππας), em grego, quer dizer pai. E o Papa é Pai de todos os fiéis de Cristo.

Pedro foi constituído como aquele que governaria a Igreja através da qual Jesus continuaria a sua obra salvífica. A Igreja não existe para proclamar suas próprias glórias. Sua missão é anunciar Jesus, motivo da sua existência e Pastor de todos os cristãos.

O pontificado dos sucessores de Pedro tem sido a garantia da unidade cristã. Uma Igreja estruturada e enriquecida com uma experiência e com uma sabedoria que lhe permite guiar os povos, guardar e proteger a Boa Nova, que permanece intata.

Pedro subsiste hoje, na Igreja, na figura amada de Francisco. Na Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada este ano em 30 de junho, a Igreja comemora o Dia do Papa, reza por ele e renova sua obediência a ele, colocado como pedra firme sobre a qual Jesus a construiu, sabendo que, por causa desse fundamento, o poder do inferno nunca poderá vencê-la (cf. Mt 16,18). Também é o dia da coleta para o Óbolo de São Pedro, oferta a ser enviada ao Papa para atender às necessidades da Igreja no mundo inteiro.

Apesar de sua missão tão sublime, o Santo Padre é humano como nós e por isso precisa de nossas orações e apreço. Rezar pelo Papa é interceder junto ao Altíssimo, para que o Seu Vigário obtenha as luzes de que necessita para guiar o rebanho. Ele é, de fato, Jesus Cristo visivelmente presente entre os homens.

Em sua primeira bênção, para uma Praça de São Pedro lotada, Francisco afirmou: "Vamos iniciar este caminho juntos, este caminho da Igreja de Roma. Um caminho de fraternidade, de amor e confiança mútua entre nós. Vamos rezar para o mundo todo, para que haja uma grande fraternidade. Desejo que este caminho que hoje iniciamos seja profícuo na evangelização. Peço que vocês rezem para que o Senhor me abençoe”.
A Renovação Carismática Católica do Brasil permanece unida a Francisco, em oração, pedindo a intercessão da Mãe de Jesus sobre o seu Pontificado. Que o nosso Papa, a quem desde o primeiro instante começamos a amar, seja sempre iluminado, para o bem da nossa Igreja, e sempre abençoado por Aquele que o trouxe, como ele mesmo disse, do “fim do mundo”!

Sueli Colodette
1ª Secretária do Conselho Arquidiocesano da RCC Vitória/ES
Jornalista pós-graduada em Comunicação para a Pastoral

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