segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pentecostes em Angola

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Quando saímos do Brasil em direção à Uganda na África, um dos propósitos missionários era estabelecer laços de amizade, comunicação e ajuda entre a Renovação Carismática Católica do Brasil (RCCBRASIL) e a Renovação Carismática Católica (RCC) dos países africanos de fala portuguesa. São cinco, em todo o continente africano, que falam a mesma língua que a nossa: Angola, Tomé e Príncipe, Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau.

Entendemos como confirmação de Deus esta intenção quando vimos que a porta da nossa entrada em Angola estava se abrindo, de forma e jeito que nos faz reconhecer que era a mão de Deus quem agia em favor deste primeiro contato. E qual surpresa que, exatamente no período da festa de Pentecostes, seria possível estarmos juntos com nossos irmãos angolanos.

Entre os dias 15 a 20 de maio estivemos juntos. Foram cinco dias intensos de missão: formação, pregação e oração.  Fomos acolhidas pela Arquidiocese de Luanda, cujo coordenador diocesano da RCC é João Francisco. O Convento das Irmãs Missionárias do Santíssimo Sacramento e Maria Imaculada nos deram hospedagem e alimentação, além de ajudarem no processo do visto de entrada no país.
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Já na tarde de nossa chegada, um Grupo de Oração (GO) que acontece todas as quartas-feiras, nos aguardava para a pregação e oração. Apenas deixamos as malas, tomamos um pouco de água e partimos. Baseadas na Palavra de Filipenses 4, 11-13, pregamos para aproximadamente 600 pessoas. Ressaltando que nós tudo podemos naquele que nos fortalece: “quando tomamos consciência que em Cristo nós tudo podemos, todas as situações em nossas vidas são de graça: na penúria ou na abundância, na fartura ou na fome. Somos forjados a tudo superar”. Em seguida oramos com o povo, proclamando essa verdade.

O segundo dia foi de formação. Fundamentadas na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja, ensinamos sobre Ministérios na RCC e Evangelização. Orientadas pela reflexão trazida por Reinaldo Beserra à RCCBRASIL, trabalhamos com documentos como Lumen Gentium, Ministeria Quaedam e Apostalicum Actuositatem: “devem aceitar-se os carismas com ação de graças e consolação, pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja” (LG, 12), frisamos junto à liderança.

Na manhã do terceiro dia visitamos Padre Cafuma, vice-reitor do Seminário Maior da Arquidiocese de Luanda, que possibilitou nosso contato com a RCC de Angola. Acolheu-nos com generosidade e alegria, expondo as preocupações da Igreja de Angola em relação às necessidades de formação para o Movimento.

Depois encaminhamos para mais uma tarde de formação, com o tema “Oração por Cura e Libertação”. A formação abrangeu os cuidados que se deve observar ao orar pedindo a Deus por cura e libertação e “que este tipo de oração sempre compreenderá humildade, ordem e harmonia”.

No quarto dia, fizemos uma visita ao assessor eclesiástico da RCC de Luanda, Padre Apolônio. Recebendo-nos em sua paróquia, ali conhecemos um grande pastor da RCC, também com suas preocupações que foram partilhadas conosco.

Em seguida fomos para uma tarde de Oração por Cura e Libertação, ministrada por nós. Durante a pregação foi lembrado: “que Jesus Cristo é o mesmo: ontem, hoje e sempre. Recordamos que o ministério de Jesus era a pregação seguida da cura e trouxemos relatos do Evangelho onde Jesus curou a muitos e diversas formas: física, espiritual e psiquicamente. Por fim, proclamamos com fé que Ele está vivo e presente ali, e que era possível tocar em suas vestes”.

Continuamos com a oração após o anúncio, e ali Deus mostrou seu poder. No final do encontro vieram testemunhar o que o Espírito Santo revelara em nossos corações o que Deus estava fazendo: pessoas que estavam com dores, outras que não conseguiam perdoar, uma mãe e seu filho com depressão, uma jovem que não recebeu amor dos seus pais, mulheres abandonadas pelos esposos, mulheres oprimidas, jovens que sofreram abuso quando criança, pessoas com medo e sofrendo perturbações. Todas essas curas que Deus realizou no meio daquelas pessoas, confirmadas pelos seus testemunhos.

altDuas em especial chamaram a atenção: Primeiro, uma criança que deveria ter uns 12 anos, começou a chorar. Como ela estava nas primeiras fileiras, notamos suas lágrimas. E elas começaram quando estava sendo pregada e ministrada a passagem que Jesus estava chamando muitos que estavam aflitos e com fardos pesados. Só Jesus para saber que história de vida aquela pequenina trazia em seu coração, mas naquela tarde sabemos que encontrou alívio em Jesus.

A outra foi quando o Espírito de Deus nos levou a proclamar que havia ali três ou quatro pessoas que haviam perdido seus entes queridos e que não aceitavam a morte. Mas que a tristeza estava indo embora, e que agora tinha um intercessor junto a Deus. No final uma jovem nos procurou, dizendo que ela estava ali com suas três irmãs e que haviam perdido a mãe. Exatamente quatro pessoas. E que naquela tarde aquela proclamação consolou seus corações. Na missa do outro dia, trouxeram seu pai – o viúvo. Embora ele não estivesse presente no encontro, elas chegaram em casa e contaram para ele, e aquele homem agora estava com semblante alegre e cheio de esperança.

Toda a missão fora coroada com a Festa de Pentecostes. No dia 19 de maio estava toda a RCC da arquidiocese de Luanda reunida. Louvor, oração, pregação. A Santa Missa de encerramento foi presidida pelo assessor eclesiástico Padre Apolônio que, convidando a unidade e comunhão, trouxe esta mensagem ao Movimento: “O Renovamento do Espírito é a força da Igreja”.

Nós retornamos para Uganda com nosso coração cheio de alegria, com as palavras do coordenador diocesano da RCC de Luanda ressoando: “Abriu-se uma porta entre Angola e Brasil”. Embora muito cansadas fisicamente, a alma em júbilo e cheia de gratidão dizia “que nosso cansaço, a outros descanse”. A Jesus seja a glória, agora e para sempre!

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