segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Núcleo do Grupo de Oração

O núcleo de serviço é o primeiro momento do Grupo de Oração (GO). Nele, os líderes do GO se reúnem para orar, planejar, avaliar e até mesmo terem momentos de formação específica para estes que são chamados a exercer o carisma da coordenação.É ele o primeiro intercessor do GO. Ainda que o ministério de intercessão esteja bem constituído, o núcleo jamais deve cessar de pedir pelo bom andamento do grupo, com o desejo sempre ardente de fazer a vontade do Senhor. É imperioso colocarem-se a escuta, sempre perguntando: “o que queres Senhor?”. Dado a importância deste núcleo, percebemos porque é dele que brota o “rhema”¹ para a reunião de oração.
Podemos identificar como vai um Grupo de Oração pelo seu núcleo. Se neste último há o amor fraterno, alegria, se se deixam conduzir pelo Espírito Santo, certamente esta vivência transbordará para os demais membros do Grupo de Oração.
Aliás, por falar nisso, núcleo é núcleo². Não é um grupo grande ou formado por todos os servos da equipe de serviço. Neste primeiro momento, participam o coordenador do GO com mais algumas pessoas, geralmente são: os coordenadores de ministérios, o coordenador (a) anterior do GO, como também aquela pessoa que possui o carisma de discernimento³ reconhecido pela comunidade, visto que é uma incumbência do núcleo tomar decisões. Este pequeno grupo tem a missão de zelar pelo rebanho confiado pelo Senhor aquele Grupo de Oração.
1 – Direcionamento inspirado para a reunião de oração
2 – Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, uma das definições de núcleo é: “parte ou ponto central de alguma estrutura, parte essencial de algo”.
3 – O dom do discernimento dos Espíritos, doado pelo Espírito Santo (I Cor 12), guia para a verdade completa. O pregador da Casa Pontifícia assim fala sobre esse atributo do Espírito Santo: “Se Jesus Cristo é «o caminho» (odos) que leva ao Pai (Jo 14, 6), o Espírito Santo – diziam os Padres – «é o guia ao longo do caminho» (odegos). «Este é o Espírito – escreve Santo Ambrósio –, nossa cabeça e guia (ductor et princeps), que dirige a mente, confirma o afeto, atrai-nos onde quer e orienta para o alto nossos passos». O hino Veni creator recolhe esta tradição nos versos: «Ductore sic te praevio vitemus omne noxium»: convosco como guia todo mal evitaremos”. Raniero Cantalamessa, 3ª Pregação da Quaresma, 27 de março de 2009.






sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O demônio não é uma superstição!

O demônio está bastante presente na pregação do Papa Francisco. Mas, afinal, qual a importância de se falar sobre o diabo e o inferno hoje?



Referência constante em seus discursos, o diabo é um inimigo contra o qual o Papa Francisco insiste em convocar os cristãos a lutar. Na homilia de sua primeira Missa como Pontífice, ele disse que, "quando não se confessa Jesus Cristo, confessa-se o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio". Em uma de suas reflexões matutinas, no mês de maio, Francisco falou do "ódio do príncipe deste mundo àqueles que foram salvos e redimidos por Jesus".
A espontaneidade com que o Pontífice fala de Satanás lembra Jesus Cristo. Desagradando aos "politicamente corretos" e adeptos de uma teologia pouco preocupada com a transcendência, o Santo Padre imita ninguém menos que nosso Senhor: de fato, só nos Evangelhos sinóticos, são mais de 40 referências ao anjo caído; inúmeras delas, relatos de autênticos exorcismos, comprovando que o demônio, longe de ser uma mera produção fantasiosa, é uma realidade viva e atuante no mundo.
Hoje, no entanto, pregadores que falem com veemência do diabo e do inferno são acusados de instalarem o medo e angústia entre os fiéis, como se a prédica da Igreja devesse refletir a preocupação apenas com as coisas deste mundo, e não com as realidades eternas.
Mais do que isso: várias destas realidades eternas chegam mesmo a ser negadas, inclusive por aqueles que nelas e por elas deveriam crer e guiar suas vidas. O demônio, por exemplo, é tratado por muitos como uma mera "força negativa" ou simplesmente como uma metáfora para designar o mal físico. O inferno não passaria de um recurso retórico para ajudar as pessoas na luta contra as mazelas deste mundo. Reduz-se, assim, a categorias materiais aquilo que, de acordo com a doutrina perene e constante da Igreja, é uma autêntica realidade espiritual.
Com efeito, o Catecismo, recordando que "a existência dos (...) anjos, é uma verdade de fé", ensina que alguns destes anjos caíram. São os que comumente chamamos de demônios. Eles "foram por Deus criados bons em natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa", segundo uma lição do IV Concílio de Latrão. O Catecismo também destaca que a Escritura por diversas vezes "atesta a influência nefasta" do diabo, que tentou o próprio Senhor quando ele jejuava no deserto (cf. Mt 4, 1-11).
Ao se falar sobre estas coisas, não se pretende fazer do diabo o centro da pregação cristã. Deseja-se, outrossim, instruir os fiéis sobre o perigo de se manter indefeso ou indiferente aos assaltos do maligno. São João Crisóstomo declarava, aos fiéis de Antioquia: "Não é para mim nenhum prazer falar-vos do diabo, mas a doutrina que este tema me sugere será muito útil para vós". A importância deste tema está relacionada ao próprio fundamento espiritual de nossa fé, posto que, como já dizia o Papa Francisco, antes de ser eleito Pontífice, talvez o maior sucesso do demônio "tenha sido nos fazer acreditar que ele não existe, que tudo se arranja em um plano puramente humano" 01.
A Igreja não pode, em nome do bom-mocismo, calar estas verdades de fé, tão importantes para os nossos tempos, sob a alegação de que causariam medo entre as pessoas. De fato, nem todo temor é mau. O medo de perder a Deus e, consequentemente, a nossa alma é, por assim dizer, um "temor sadio", que deve não só ser pregado pelos sacerdotes, mas cultivado por todos os fiéis. Uma sentença atribuída a São João Crisóstomo diz que "devemos nos afligir durante toda a nossa vida por causa do pecado". O cristão deve criar em seu coração um verdadeiro medo de ofender a Deus, fazendo seu o lema do jovem São Domingos Sávio: "Antes morrer do que pecar".
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere

"Amor de Deus dá sentido a tudo, até aos pecados", diz Papa Francisco

Milhares de fiéis e romanos lotaram novamente neste domingo, 11 de agosto, a Praça São Pedro, no Vaticano, para ouvir e ver o Papa Francisco. Muitos agitavam bandeiras de seus países, e entre elas, entreviam-se diversas brasileiras.
A reflexão do Pontífice, como já é tradição, partiu de um texto preparado, mas extrapolou em uma improvisação autêntica e eficaz que entusiasmou todos os presentes.
O Papa lembrou que “no Evangelho deste domingo, Lucas nos fala do desejo do encontro definitivo com Cristo, um desejo que nos faz estar sempre prontos, com o espírito desperto, porque aguardamos este encontro de todo coração, inteiramente. Este é um aspecto fundamental da vida cristã”. Envolvendo os fiéis em sua catequese, Francisco convidou a responderem a duas perguntas.
A primeira: “Vocês têm realmente um coração desejoso de encontrar Jesus? Ou seu coração está fechado, adormecido, anestesiado? Pensem e respondam em silêncio, em seus corações”, pediu.
Em seguida, comentou a afirmação de Lucas “onde está o seu tesouro, está o seu coração”, e fez a segunda pergunta:
“Onde está o seu tesouro? Qual é para vocês a realidade mais importante, mais preciosa, a realidade que atrai seu coração como um imã? Pode-se dizer que é o amor de Deus? Alguns poderiam me responder: Pai, mas eu trabalho, tenho família, para mim a realidade mais importante è conseguir manter minha família, meu trabalho... Certo, é verdade, mas qual é a força que mantém unida uma família? É justamente o amor de Deus que dá sentido aos pequenos compromissos cotidianos e que ajuda a enfrentar as grandes dificuldades. Este é o verdadeiro tesouro do homem”.
Segundo Papa Francisco, “o amor de Deus não é algo indefinido, um sentimento genérico, não é ar; o amor de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo, porque não podemos amar o ar. Amamos pessoas, e aquela pessoa é Jesus”. “É um amor – explicou – que dá valor e beleza a todo o resto: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte, a qualquer atividade humana”.
“Este amor dá sentido também – concluiu – às experiências negativas, porque nos permite ir adiante, não ficar prisioneiros do mal, e sim ir além; nos abre sempre à esperança, ao horizonte final de nossa peregrinação. Assim, até os cansaços, quedas e pecados ganham um sentido, porque o amor de Deus nos perdoa”.


Fonte: Radio Vaticana

Arriscar-se pela porta estreita do amor ao próprio Deus e o próximo

Está inscrito na natureza humana o anseio pela felicidade, a busca da plena realização de todas as suas potencialidades. Ainda bem! É altamente consolador ter a clareza de que não fomos feitos para nivelar pelo rodapé da existência nossos sonhos, mas buscar o que é melhor, mirar as coisas do alto, acolher o chamado de Deus a ser perfeitos. Entra aqui um dado importante, pois não se trata apenas de construção pessoal, mas resposta, a modo de um diálogo iniciado desde toda a eternidade. Fomos pensados e amados por alguém. Não somos obra do acaso, nem estamos perdidos, sem rumo.
         Entretanto, a luta renhida do cotidiano pode levar as pessoas a se engajarem numa competição, tantas vezes desigual, pelos melhores lugares na sociedade, oportunidades de trabalho e reconhecimento, num "salve-se quem puder" semelhante à correria que se segue a tragédias, como incêndios ou revoltas populares. Cada um quer receber o seu naco de proveito e, infelizmente, tantas vezes à custa do pescoço do outro a ser pisado. Todas as diversas manifestações que pululam hoje pelo mundo e pelo nosso país têm como pano de fundo o desejo profundo de realização e a busca do espaço de liberdade, para o qual fomos feitos. Só que muitos entram de roldão nas ondas de protestos, criando-se um estado de insatisfação em que se perde o sentido do respeito às pessoas e os justos limites da liberdade de cada homem e cada mulher. Também as situações pessoais e os dramas familiares nos deixam estarrecidos, de modo a suscitar um "até quando?" que inquieta a todos, pela multiplicação de fatos inusitados. E que dizer da absurda eliminação da vida das pessoas e a violência que se espalha? Podemos até destruir justamente o que mais nos atrai, o sonho de felicidade e dignidade!
         E Deus vem ao encontro dos anseios humanos, antes, criou a todos com uma sede de eternidade e de felicidade. Ele quer que todos se realizem. Mas há uma interrogação cuja atualidade se revela perene, diante das perspectivas que se abrem para a humanidade de cada tempo: "Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: 'Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?' Ele respondeu: 'Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão' (Lc 13,22-14)".  Ao invés de oferecer respostas prontas e aparentemente fáceis de serem absorvidas, Jesus envolve as pessoas numa verdadeira aventura de engajamento na estrada da salvação e da liberdade. De fato, Deus quer o bem de todos e a vida em abundância (Cf. Jo 10,10). Ninguém se sinta alijado de seu projeto! No entanto, faz-se necessário, justamente pela liberdade com que as pessoas foram criadas, arriscar-se pela porta estreita do amor ao próprio Deus e o próximo. Não fomos feitos para ficar assentados, esperando a grande sorte na loteria da vida, ou reduzindo a sonhos de consumo o sentido da existência. As soluções aparentemente mágicas não são plenamente humanas. Humano é sair de si para amar e servir! Humano é tecer relações novas entre pessoas e grupos, superar a desconfiança, exercitar a criatividade, inventar soluções novas, acreditar nos pequenos passos.
         Daí nasce o convite e o compromisso cristão na construção de um mundo melhor. Começa no alto, no plano de Deus a nosso respeito. "É do amor de Deus por todos os homens que, desde sempre, a Igreja vai buscar a obrigação e o vigor do seu ardor missionário: 'Porque o amor de Cristo nos impele' (2 Cor 5, 14). Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (1 Tm 2, 4). Deus quer a salvação de todos, mediante o conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito da verdade estão já no caminho da salvação. Mas a Igreja, à qual a mesma verdade foi confiada, deve ir ao encontro dos que a procuram para lha levar. É por acreditar no desígnio universal da salvação que a Igreja deve ser missionária" (Catecismo da Igreja Católica, 851). O anúncio da "salvação" proclama que a vida tem sentido e que é para a felicidade que Deus nos fez. "Chamado à felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de Deus. O auxílio divino lhe é dado em Cristo, pela lei que o dirige e na graça que o ampara: 'Trabalhai com temor e tremor na vossa salvação: porque é Deus que opera em vós o querer e o agir, segundo os seus desígnios' (Fl 2, 12-13; Catecismo da Igreja Católica 1949).
         Consequência é nosso olhar positivo ao mesmo tempo realista a respeito da realidade. Fomos feitos para o bem e temos a semente plantada por Deus em nossos corações, com todas as possibilidades de nos realizarmos. No entanto, existe em nós o mistério da iniquidade, pelo que, olhando no espelho da vida reconhecemos as rugas deixadas pelo pecado. Olhamos também para os outros e os acolhemos, sabendo que neles existe esta desafiadora mistura de boa intenção e pecado. Acreditamos que o amor de Deus é maior do que toda a maldade existente, engajando-nos na luta pelo bem e pela verdade. Consequência é o primeiro passo a ser dado. Cabe a cada um de nós começar, sem aguardar que os outros venham ao nosso encontro. Consequência é a construção de novos relacionamentos, certos da palavra de Jesus: "Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
         Para tanto, só a graça de Deus nos sustenta e, por, isso, pedimos: "Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeira alegrias. Amém."
 
altDom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

* O Laicismo, o ateísmo cultural e o relativismo objetivam calar a Voz do Cristianismo na cultura e nos valores morais dos indivíduos.

Percival Puggina


Os recorrentes debates sobre a laicidade do Estado guardam relação apenas periférica com a questão religiosa. Ela fornece o acompanhamento, mas pouco tem a ver com o prato principal. Os limites entre Igreja e Estado já foram objeto de deliberação e o Estado brasileiro, em reta conformidade com a sintética determinação de Jesus, é laico. A Deus o que é de Deus e a César o que é de César.

O rufo de tambores que ouvimos são os de uma declarada guerra, nada santa, contra a influência do Cristianismo na cultura e nos valores morais dos indivíduos. E contra o reflexo disso no Direito.Guerra pela completa abolição dessa influência.
Todos, inclusive os militantes do ateísmo, sabem que:
1º) é quase impossível “desconverter” os indivíduos de uma fé em Deus para uma fé no Nada absoluto; 2º) é inaceitável pela sociedade a ideia de um Direito moralmente insignificante, ou que ignore os princípios e valores compartilhados pelos membros da sociedade.
Diante de tais e tão grandes dificuldades, os militantes do ateísmo cultural propuseram-se a algo muito mais sutil – querem esterilizar a moral nos próprios indivíduos. Como? Convencendo você, leitor, por exemplo, de que os princípios e valores que você adota são, na origem, tão religiosos (e por isso mesmo tão pessoais) quanto a própria religião que porventura professe. Integrariam, então, aquele foro íntimo no qual se enquadrariam a religião e suas práticas. Pronto! Segundo o princípio da laicidade do Estado, tais princípios e valores só teriam vigência na vida privada.

As investidas contra os símbolos religiosos são apenas a ponta do rabo do gato. O felino inteiro é muito mais pretensioso. E maior. O que pretende é laicizar a cultura, as opiniões e, principalmente, os critérios de juízo e decisão. Portanto, toda a conversa fiada sobre supostas infrações à devida separação entre o Estado e a Igreja precisa ser entendida como aquilo que de fato é: atitude de quem adotou o Estado, e só o Estado, por fonte de todo bem, baliza perfeita para o certo e o errado, e vertente dos valores que devem conduzir a vida social. Convenhamos, é uma tese. Mas – caramba! – qual é, precisamente, a moral do Estado? Na prática, a gente conhece… Na teoria, é a que a sociedade majoritariamente determine, excluída a que moldou a civilização ocidental. Ou seja, aquela que deriva do Cristianismo, proclamada inadmissível perante a laicidade do Estado, blá, blá, blá.

Tal linha de raciocínio não resiste ao primeiro safanão. Precisa de reforços e apoios propiciados pelo relativismo moral. Cabe a este filho do pós-modernismo mostrar que a moral majoritária é apenas uma das tantas que andam por aí através do tempo, do espaço e da miséria humana. Saem às ruas, então, representações desse moderno mundo novo – Parada Gay, Marcha das Vadias, Marcha pela Maconha, movimentos ou partidos como os que dançaram pelados na Câmara Municipal de Porto Alegre ou fizeram sexo com símbolos religiosos no Rio de Janeiro.
Escandalosos? Escandalosos perante qual senso moral? O totalitarismo pós muro de Berlim, tipo Foro de São Paulo, precisa do ateísmo cultural e do relativismo para derrogar o cristianismo cultural, esse resíduo empobrecido do Cristianismo. Destruídos os valores que o fundamentam, acaba a democracia pelo simples fato de que esta não se sustenta numa sociedade política sem princípios, sem valores e sem vergonha.



fonte:http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/

Terço de São Miguel Arcanjo completo.


Terço de São Miguel Arcanjo


Promessas do Arcanjo São Miguel a quem reza diariamente o seu Terço

Em Portugal, numa aparição a uma ilustre serva de Deus, Antônia d’Astonoac, de coração dedicada ao culto do glorioso São Miguel, este santo Arcanjo declarou-lhe que desejava que se fizessem em sua honra nove saudações correspondentes aos nove co­ros dos anjos, que consistiriam na recitação de um Pai-nosso e de três Ave-Marias em honra de cada um daqueles coros.

Em retribuição àquele que lhe rendesse este cul­to, prometeu um cortejo de nove anjos durante todo o decurso da vida sempre que se aproximasse da Santa Mesa Eucarística, e depois da morte a liberta­ção do purgatório para si e seus parentes.

Modo de rezar este terço

Sobre o crucifixo, diz-se:

V:      Deus, vinde em nosso auxilio.
R:      Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai...

Depois, deixando para o fim as quatro contas que seguem a medalha, toma-se a primeira conta grande do Terço e reza-se a primeira saudação.

Primeira saudação

Saudamos o primeiro coro dos Anjos pedindo, pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Serafins, para que o Senhor nos torne dignos de ser abrasados de uma perfeita caridade. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Segunda saudação

Saudamos o segundo coro dos Anjos pedindo, pela intercessão de São Miguel e dos coros celestes dos Querubins, para que o Senhor nos conceda a graça de fugir do pecado e procurar a perfeição cristã. Amém. (Uni Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Terceira saudação

Saudamos o terceiro coro dos Anjos pedindo, pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos Tronos, para que Deus derrame em nosso coração o Espírito de verdadeira e sincera humildade. Amém.
(Um Pai-nosso e três Ave-Marias, Glória ao Pai...)

Quarta saudação

Saudamos o quarto coro dos Anjos pedindo, pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das Dominações, para que o Senhor nos conceda a gra­ça de dominar nossos sentidos e de nos corrigir de nossas más paixões. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Quinta saudação

Saudamos o quinto coro dos Anjos pedindo, pela in­tercessão de São Miguel e do coro celeste das Potes­tades, para que o Senhor se digne proteger nossas almas contra as ciladas e tentações do demônio. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Sexta saudação

Saudamos o sexto coro de Anjos pedindo, pela in­tercessão de São Miguel e do coro admirável das Virtudes, para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre de todo mal. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Sétima saudação

Saudamos o sétimo coro dos Anjos pedindo, pela in­tercessão de São Miguel e do coro celeste dos Princi­pados, para que o Senhor encha nossas almas do Es­pírito de uma verdadeira e sincera obediência. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Oitava saudação

Saudamos o oitavo coro dos Anjos pedindo, pela in­tercessão de São Miguel e do coro celeste dos Arcan­jos, para que o Senhor nos conceda o dom da perse­verança na fé e nas boas obras, a fim de que possa­mos chegar a possuir a glória eterna do Paraíso. Amém. (Um Pai-nosso e três Ave-Marias; Glória ao Pai...)

Nona saudação

Saudamos o nono coro dos Anjos pedindo, pela inter­cessão de São Miguel e do coro celeste de todos os Anjos, para que sejamos guardados por eles nesta vida mortal e por eles conduzidos à glória eterna do Céu. Amém.(Um Pai-nosso e três Ave-Marias, Gló­ria ao Pai...)

Ao final, reza-se

Um Pai-nosso em honra de São Miguel Arcanjo.
Um Pai-nosso em honra de São Gabriel.
Um Pai-nosso em honra de São Rafael.
Um Pai-nosso em honra de nosso Anjo da Guarda.

Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exér­citos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo, vós, cuja excelên­cia e virtude são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei por vossa incomparável proteção que nos adiantemos cada dia mais na fide­lidade e na perseverança em servir a Deus.

V: Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.

R: Para que sejamos dignos de suas promessas.

Oração

Deus todo-poderoso e eterno, que, por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos ho­mens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dig­nos, nós Vo-lo pedimos, de ser preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora de nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado ser introduzidos por ele na presença de Vossa poderosa e augusta Majestade pelos mere­cimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Jaculatórias

Rogai por nós, bem-aventurado São Miguel, prínci­pe da Igreja de Jesus Cristo, para que sejamos dig­nos de suas promessas.

Ó Luminares radiosos do Céu, exército triunfante da Corte Celeste, assisti a Santa Igreja e dai-lhe vitória sobre todos os seus inimigos.

Ó Coros admiráveis da hierarquia celeste, que servis a Deus no Céu e na Terra opondo-vos ao mal, fazei que o bem triunfe em todos os paises da terra.

Testemunho de Guilherme Sá no PHN - Rosa de Saron

Testemunho de Guilherme Sá no PHN  - Rosa de Saron
 
 

"Amor de Deus dá sentido a tudo, até aos pecados", diz Papa Francisco

Milhares de fiéis e romanos lotaram novamente neste domingo, 11 de agosto, a Praça São Pedro, no Vaticano, para ouvir e ver o Papa Francisco. Muitos agitavam bandeiras de seus países, e entre elas, entreviam-se diversas brasileiras.
A reflexão do Pontífice, como já é tradição, partiu de um texto preparado, mas extrapolou em uma improvisação autêntica e eficaz que entusiasmou todos os presentes.
O Papa lembrou que “no Evangelho deste domingo, Lucas nos fala do desejo do encontro definitivo com Cristo, um desejo que nos faz estar sempre prontos, com o espírito desperto, porque aguardamos este encontro de todo coração, inteiramente. Este é um aspecto fundamental da vida cristã”. Envolvendo os fiéis em sua catequese, Francisco convidou a responderem a duas perguntas.
A primeira: “Vocês têm realmente um coração desejoso de encontrar Jesus? Ou seu coração está fechado, adormecido, anestesiado? Pensem e respondam em silêncio, em seus corações”, pediu.
Em seguida, comentou a afirmação de Lucas “onde está o seu tesouro, está o seu coração”, e fez a segunda pergunta:
“Onde está o seu tesouro? Qual é para vocês a realidade mais importante, mais preciosa, a realidade que atrai seu coração como um imã? Pode-se dizer que é o amor de Deus? Alguns poderiam me responder: Pai, mas eu trabalho, tenho família, para mim a realidade mais importante è conseguir manter minha família, meu trabalho... Certo, é verdade, mas qual é a força que mantém unida uma família? É justamente o amor de Deus que dá sentido aos pequenos compromissos cotidianos e que ajuda a enfrentar as grandes dificuldades. Este é o verdadeiro tesouro do homem”.
Segundo Papa Francisco, “o amor de Deus não é algo indefinido, um sentimento genérico, não é ar; o amor de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo, porque não podemos amar o ar. Amamos pessoas, e aquela pessoa é Jesus”. “É um amor – explicou – que dá valor e beleza a todo o resto: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte, a qualquer atividade humana”.
“Este amor dá sentido também – concluiu – às experiências negativas, porque nos permite ir adiante, não ficar prisioneiros do mal, e sim ir além; nos abre sempre à esperança, ao horizonte final de nossa peregrinação. Assim, até os cansaços, quedas e pecados ganham um sentido, porque o amor de Deus nos perdoa”.


Fonte: Radio Vaticana

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quem está em pé cuide para não cair.


PREGAÇÃO PADRE PIO - MODELO DE SACERDOTE - ANDERSON LUIZ.


"Não há explicação científica" para o Manto de Virgem de Guadalupe, diz perito

PHOENIX, 10 Ago. 09 / 06:51 am (ACI).- O Dr. Adolfo Orozco, perito investigador do Manto em que está gravada a imagem da Virgem de Guadalupe que aparecesse a São Juan Diego faz 478 anos, assinalou que o extraordinário estado de conservação desta relíquia sagrada “está completamente fora de todo tipo de explicação científica”.

Em sua conferência, que faz parte do Primeiro Congresso Internacional Mariano sobre a Virgem de Guadalupe que se celebra em Phoenix e que é organizado pelos Cavaleiros de Colombo, o perito explicou que “todos os tecidos similares a do Manto que foram colocadas em ambientes úmidos e salinos como o que rodeia a Basílica, não duraram mais de dez anos”.
Uma pintura que copia a imagem de Guadalupe feita em 1789 confirma este fato. “Esta imagem foi impressa com as melhores técnicas de seu tempo, a cópia era formosa e estava feita com um tecido bastante similar a do Manto original. Além disso, também estava protegida com um vidro desde que foi colocada ali”, indicou.

Entretanto, “oito anos depois, esta cópia teve que ser desprezada porque estava perdendo as cores e as fibras se estavam rompendo. Em contraste –precisa Orozco– o Manto original já vem sendo exposto por 116 anos sem nenhum tipo de amparo, recebendo todos os raios infravermelhos e ultravioletas de dezenas de milhares de velas que estavam perto dela; e estava exposta à umidade e o ar salino que rodeia ao templo”.

Uma das características mais interessantes do Manto, prossegue, “é que a parte de trás deste tecido é rugoso e pouco liso; enquanto que a parte de adiante (onde está a imagem de Guadalupe) é ‘tão suave como a seda’ como assinalavam os pintores e cientistas em 1666; e confirmou quase cem anos depois, em 1751, o pintor mexicano Miguel Cabrera”.

Depois de comentar que o Manto é feito de fibras de Agave, Orozco relatou dois fatos milagrosos que têm relação direta com sua conservação. O primeiro ocorreu em 1785 quando um trabalhador acidentalmente derramou um líquido composto por 50 por cento de ácido nítrico na parte direita do tecido. “Está fora do entendimento natural o fato que o ácido não tenha destruído a malha; e que ademais não danificasse as partes coloridas da imagem”, precisou.

O segundo, disse logo, relaciona-se com a explosão de uma bomba perto do Manto em 1921, que ocorreu a 150 metros da mesma e que destruiu todos os vidros nesse raio. Entretanto, explicou o perito, “inesperadamente, nem o Manto nem o vidro comum que a protege foram danificados ou quebrados”. O único afetado foi um Cristo de ferro que terminou dobrado.
“Não há explicação para o fato que as ondas expansivas que romperam os vidros a 150 metros ao seu redor não destruíram o que cobria a Manto. Alguns dizem que o Filho, com o crucifixo que sim foi afetado, protegeu a imagem de Sua Mãe. O certo é que não temos uma explicação natural para este evento”, concluiu.

O Dr. Adolfo Orozco é físico e investigador do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autonômica do México desde 1970. Ele já publicou 13 trabalhos em revistas internacionais de sua área de investigação: raios cósmicos, geomagnetismo e história da ciência; e apresentou 42 trabalhos em Congressos Nacionais e Internacionais sobre sua especialidade. Foi sócio fundador e Secretário Geral do Centro Mexicano da Sindonologia de 1983 a 1998, que dirige desde 1999. É membro do Instituto Superior de Estudos

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Papa Francisco, a RCC é missionária! Estamos nas ruas, estamos entre os povos.

"Eu quero agito nas dioceses, que vocês saiam às ruas. Eu quero que a Igreja vá para as ruas, eu quero que nós nos defendamos de toda acomodação, imobilidade, clericalismo. Se a Igreja não sai às ruas, se converte em uma ONG. A igreja não pode ser uma ONG".


As palavras ditas pelo Papa Francisco, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, nos convocam a termos uma atitude de sair de nossa comodidade e ir ao encontro dos irmãos que ainda necessitam conhecer o Cristo Ressuscitado. Definitivamente, a visita do santo padre ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, continua a produzir em nós uma série de frutos. Suas mensagens de caridade, humildade e amor ressoam em nossos corações, nos pedindo coragem e ousadia.
A palavra de ordem é missão! Esse é o legado que nosso amado Papa nos deixa após esses dias em solo brasileiro. Ele nos pede que saiamos de dentro das igrejas, de nossas paróquias e sejamos ousados em anunciar o amor de Deus. "O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade", nos exortou Papa Francisco.
Esse apelo papal gera em nós, Renovação Carismática Católica, ainda mais responsabilidade visto que o Movimento já vem trilhando, há algum tempo, esse caminho de missionariedade, nesses moldes apresentados por Francisco. A RCC tem Alma Missionária e quer continuar evangelizando, através da experiência do Batismo no Espírito Santo. Em nossos Grupos de Oração e fora deles - estamos saindo às ruas, ao povos!
E como temos construído essa história missionária? Já há alguns anos, o Conselho Nacional da RCCBRASIL ouviu essa moção e abraçou a causa, sobretudo da missão ad gentes. Nesse decreto da Igreja Católica, destaca-se que “no estado atual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja, que é sal da terra e luz do mundo, é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurada em Cristo e n'Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus”.
A Missão Marajó é, sem dúvida, a concretização desse mandato. Há mais de cinco anos, a RCCBRASIL está presente em terras paraenses, contribuindo para a melhora significativa da vida dos irmãos que vivem nas comunidades ribeirinhas, tanto no aspecto espiritual, quanto no social.
Divididos em duas Casas de Missão, uma em Breves e outra em Afuá, os missionários vivem a realidade da comunidade e servem por meio das atividades como o projeto Anjo da Guarda, que atende as crianças, e Rádio Santana, que leva a mensagem de Jesus a locais de difícil acesso onde, muitas vezes, a população passa anos sem receber a visita de um sacerdote. Nosso barco Novo Pentecostes, visita as comunidades ribeirinhas, levando Jesus Eucarístico a pessoas que ficavam anos sem poder comungar.
Mais recente é a Missão África. Duas missionárias brasileiras foram enviadas para Uganda, o país africano que tanto necessita conhecer o rosto expressivo de Pentecostes. Naquelas terras, a RCCBRASIL tem buscado construir uma base missionária, além da reforma de uma escola primária e a construção de um pequeno centro médico, para o atendimento das necessidades mais urgentes. Frequentemente, campanhas mobilizam os carismáticos em socorro desse povo que sofre com a falta de itens básicos, como remédios.
A missão naquele continente também tem o propósito de ajudar na organização do II Encontro Mundial de Jovens da RCC, que acontecerá em julho de 2014, em Uganda.
Outra ação que tem nos inspirado à missionariedade é o projeto Jesus no Litoral. Criado há 10 anos no Paraná, a missão querigmática tem se expandido para diversos estados, chegando ao mês de julho no seu ápice, quando foi realizada uma edição especial durante a Jornada Mundial da Juventude. No total, 1.800 jovens, provenientes de todos os estados brasileiros, se uniram para evangelizar nas ruas, praias, comunidades, ônibus e metrôs do Rio de Janeiro.
Atualmente, o Jesus no Litoral é realizado no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhão, Ceará e Piauí. Em outros estados, o projeto tem sido adaptado à realidade local como, por exemplo, Jesus no Araguaia, em Goiás, e Jesus nas Praças, em Minas Gerais.
Certa vez, em entrevista concedida à RCCBRASIL, Dom Azcona, bispo da Prelázia do Marajó, resumiu bem esse chamado missionário que a RCC tem, destacando que era algo providencial: “É um compromisso radical, total, sem parcelamentos e sem fugas. Na essência do ser cristão, tem o ser missionário, não tem um cristão que possa entrar na vida eterna se não for missionário de corpo e alma 24 horas por dia. Dia e noite! A comunhão com Cristo, pelo mistério do corpo Dele leva necessariamente à missão”, salientou.
Que o Espírito Santo nos dê a graça de avançarmos sempre, sem medo, como nos enviam nossos amados pastores. Cumprindo nossa missão de evangelizar a partir do Batismo no Espírito Santo onde quer que estejamos, em nossos Grupos e para onde Ele nos enviar. Que possamos sempre ir aonde haja sede Dele.
 

domingo, 4 de agosto de 2013

Francisco propôs nova postura para a Instituição, menos elitista e voltada aos pobres e necessitados

A visita do papa Francisco ao Brasil e sua participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), encerrada no dia 28 de julho, são apontadas como um marco na história recente da Igreja Católica. Diversos segmentos da Instituição têm o mesmo ponto de vista: Francisco trouxe uma nova perspectiva de fé.

O discurso do papa, durante a Jornada da Juventude, agradou a vários representantes da Igreja no Ceará FOTO: REUTERS
Religiosos destacam que a visita do papa foi diferente de todas as realizadas no Brasil por outros pontífices. "Percebemos uma carga humanitária demasiadamente forte, com a mensagem de que, se vocês querem ser cristãos, sejam antes de tudo humanos. Ele conseguiu se aproximar verdadeiramente das pessoas, mostrar a importância de olhar para o outro com simpatia, amor e solidariedade", avalia o padre Ermanno Allegri.

Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, bispo auxiliar de Fortaleza e responsável pela Juventude e pastorais sociais da Arquidiocese, esteve no Rio de Janeiro acompanhando a JMJ. Para ele, a visita de Francisco também foi diferente das realizadas por João Paulo II e Bento XVI.

"A dimensão foi muito maior, pois ele veio para a JMJ. Recebemos não só papa Francisco mas a Igreja como um todo. Jovens do mundo todo vieram para cá. Foi impressionante como a juventude correspondeu às expectativas, mostrando alegria e fortalecendo o espírito da Igreja", disse.

Pobres

Um dos momentos mais marcantes da passagem pelo Brasil foi a visita à favela de Varginha, na comunidade de Manguinhos, no Rio. "Ali, ele deixou bem claro que a Igreja deve ser a Igreja dos pobres. Essa declaração veio ao encontro do que já tinha dito em Roma pouco tempo antes, de que, se não for dos pobres, não é Igreja", disse Ermanno, que destacou a vivência de fé demonstrada por Francisco em suas pregações. "Sabemos que há pessoas que não têm respeito ao outro, não têm paz. Ele fez um convite para que elas mudem de vida".

A opinião é compartilhada com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Franklin de Sousa. Ele destacou que o papa representa a possibilidade de renovação da Instituição. "A maior aproximação de Francisco com o povo, os pobres e os jovens pode realmente alterar os rumos da Igreja".

Segundo padre Ermanno, que é diretor da agência de notícias Adital, o papa várias vezes foi além dos limites da Igreja. "Ficou bem claro que ele quer dar uma nova orientação à Igreja, de mostrar que ela não deve ficar fechada nela. Num encontro com bispos, ressaltou isso, que eles devem ir às periferias existenciais, ouvir o clamor dos pobres, daqueles que estão colocados à margem".

O papa deu um testemunho de como é ser um pastor, disse dom vasconcelos. "Foi uma fraternidade universal. Não se viu durante esse período no Rio brigas ou desavenças. Ficou a ideia para todos que é possível viver uma fraternidade universal".

Posicionamentos

Em relação a questões abordadas por Francisco, como o homossexualismo, dom Vasconcelos lembra que a Igreja detesta o pecado mas ama o pecador.

"Para nós, a relação sexual fora do casamento é pecaminosa, seja sexual ou homossexual. Já o casamento é indissolúvel. Foi Jesus quem disse que deixar a mulher e se casar novamente é adultério", destacou. Segundo o bispo auxiliar, quando o papa falou em revisão, quis dizer que muitas questões estão previstas no Código de Direito Canônico e os católicos desconhecem. "Rever significa tornar isso mais claro para a população", analisou.

Já em relação ao casamento, o papa Francisco, conforme a interpretação do padre Ermanno, entende que a mensagem foi no sentido de que se deve olhar para as pessoas com olhos humanos e não de maneira uniforme.

"A vida das pessoas é preciosa diante de Deus. Devemos compreendê-las, ter bondade, valorizá-las. Nosso papel é orientá-las, levando em conta que a consciência das pessoas é um espaço que Deus respeita, por isso, o papa disse: ´quem sou eu para julgar´, numa referência aos homossexuais", destacou. Sobre o posicionamento do papa em relação aos carismáticos, padre Ermanno Allegri enfatizou que nenhum setor da Igreja está absolvido, consagrado. "Isso vale não só para carismáticos, mas para todo e qualquer movimento pastoral. A conversão da vida é fundamental".

Jornada

"O Brasil não será mais o mesmo após a visita de Francisco e da JMJ, evento que mobilizou não apenas os católicos mas outros segmentos religiosos", avaliou o assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para a região Nordeste I, padre Gilson Soares. Para ele, o papa mostrou que os jovens devem ser missionários e que os pastores devemos sair da sacristia e ir ao encontro do povo na periferia.

Em relação às palavras de Francisco ao deixar o País sobre não julgar os homossexuais, padre Gilson lembra que o próprio Jesus disse que não veio para julgar, mas para salvar. "Com isso, acima de tudo está sendo pregado o respeito. A salvação é para todos e não para alguns".

Shalom

O padre da comunidade católica Shalom e responsável pela JMJ no Ceará, Francisco Denys da Costa, considerou que, desde a indicação de Francisco como papa, a Igreja vive momentos de graça. "O Brasil experimentou isso de perto nas suas palavras, atitudes, com o frescor da autenticidade do Evangelho.

Padre Denys entende que Francisco extrapolou sua condição de líder da Igreja Católica. "Ele representa um momento de graça e renovação não só para a Igreja mas para toda a humanidade. Mostrou-se uma liderança autêntica, enchendo a todos de esperança", avaliou.

Para o representante do Shalom, Francisco segue o que pregou Jesus. "A Igreja nos ensina que Jesus não veio ao mundo para julgar e sim para salvar e fazer o bem". Em relação ao reconhecimento dos movimentos carismáticos pelo papa, o padre destaca que "quando não conhecemos alguma coisa, tendemos a não aceitá-la de pronto. Depois, é possível amar".

Falas de Francisco

Banco do vaticano: "Não sei como vai ficar o Instituto de Obras e Religião (IOR), o Banco do Vaticano. Alguns acham melhor que seja um banco, outros que deveria ser um fundo, uma instituição de ajuda. Eu não sei. Confio no trabalho de quem está trabalhando nisso. Não sei como vai terminar isso".

Aborto e casamento gay: "A Igreja já se expressou sobre isso. Eu não queria voltar sobre isso. Não era necessário, como também não falei sobre outros assuntos, sobre o roubo, a mentira. Para isso, a Igreja tem uma doutrina clara".

Carismáticos: "No início dos anos 80, não podia vê-los. Uma vez disse que eles confundem uma celebração musical com uma escola de samba. Eu me arrependi. Eles trilharam um bom caminho. Vejo que fizeram um grande bem à Igreja e são necessários".

Mulheres: "Sobre a ordenação, a Igreja já disse que não. João Paulo II disse com formulação definitiva que essa porta está fechada. Nossa Senhora, Maria, é mais importante que os apóstolos. A mulher na Igreja é mais importante que os padres".

Bento XVI: "É um homem de Deus, de reza. Hoje mora no Vaticano. Um avô sábio. Se tenho alguma dificuldade, não entendo alguma coisa, posso ir até ele. Sobre o vazamento de documentos secretos do Vaticano, me explicou tudo com simplicidade".

Matrimônio: "A Igreja é mãe. Ela cura os feridos. Não se cansa de perdoar. Os divorciados podem fazer a comunhão. Não podem quando estão na segunda união. Esse problema deve ser estudado pela Pastoral Matrimonial. A questão na anulação do casamento deve ser revisada".

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

O ex-prisioneiro do Vaticano

Frei Herminio Bezerra de Oliveira

O poético epíteto "prisioneiro do Vaticano" dado ao papa, começou a cair com João XXIII (1958-1962). Com o papa Francisco ele foi finalmente extinto. Há quem não distinga o Vaticano - a milenar estrutura administrativa da Igreja, país desde 1929 - do papa. Este, é apenas um cardeal que, eleito papa, torna-se o chefe da Igreja Católica e do Vaticano, por um mês (João Paulo I), ou por 27 anos (João Paulo II). Trabalhei seis anos em Roma e, ao tratar de assuntos diplomáticos na Secretaria de Estado do Vaticano, eu vi com tristeza que como qualquer país ele adota a lei da reciprocidade: "dente por dente e olho por olho"... princípio não cristão. Uma vez eu disse à Ir. Laura (da Secretaria de Estado): "Reflita e dialogue com a Propaganda Fidei", (dois setores do Vaticano em disputa de poder). Ela respondeu: "Eu não estou aqui para refletir e nem dialogar, mas dar ou não os vistos!". Eu percebi aí o meu grande erro: convidar uma mini-autoridade a refletir. O papa Francisco, desde que foi indicado, já na sua apresentação, recusou a capa púrpura com fios de ouro, que fazia parte do estático protocolo. Foi lindo ver o papa com uma simples batina branca, ao lado de cardeais ostentando luzidias púrpuras. Surpresa maior para a Cúria Romana foi sua decisão de não morar nos aposentos papais, onde o sistema curial aprisiona o papa e lhe dá recortes escolhidos de notícias do dia. Assim, obnubilam a visão do Papa e este conhece só uma realidade fictícia. O papa Francisco mora num quarto do Hotel Santa Marta, dentro do Vaticano, onde moram 40 cardeais, bispos e sacerdotes. Ali se hospedam bispos e padres de passagem por Roma. O papa faz refeições no refeitório comum e pode falar com todos. Na estrutura vetusta e complexa o papa não controla tudo. Há setores e/ou pessoas que resistem. Ali, há coisas que o papa gostaria que acontecessem e não acontecem e vice-versa. Os Dicastérios têm uma certa autonomia. A máquina do Vaticano às vezes age como um "superpoder". Ela não conseguiu excluir o Secretário de Estado de Bento XVI, Cardeal Tarcísio Bertone, mas deportou o Arcebispo Carlo M. Viganò, que de 2009 a 2011 sanou as finanças do Vaticano. Ele controlou empreitas, gastos, fornecedores... e comunicou ao papa esbanjamentos... Mas criou inimigos no reino do Vaticano. Dom Viganò, contra a sua vontade, sofreu o "promoveatur ut amoveatur" (promova-se para ser removido), foi nomeado Núncio Apostólico nos EUA. Um tremendo castigo e prova de que o Vaticano não perdoa, "promove!" Fato provado no livro: "Sua Santidade". O mérito dessa reviravolta na Igreja Católica, deve-se à coragem de Bento XVI, de renunciar contra a vontade da Cúria Romana. Seu gesto mudou a história da Igreja. O papa Francisco achou como morar no Vaticano, mas livre do controle da Cúria Romana. A renúncia de um papa será praxe daqui para frente. O papa Francisco, se um dia sentir que não tem condições de conduzir a Igreja Católica, com certeza renunciará.


FERNANDO MAIA
REPÓRTER   

sábado, 3 de agosto de 2013

Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem trazer algo dela para sua própria vida

O Santo Padre Francisco participou da Via Sacra com os peregrinos na praia de Copacabana.



Durante a noite de sexta (26/07) o Santo Padre Francisco presidiu o terceiro grande evento central da Jornada Mundial da Juventude, na Praia de Copacabana: O Via Crucis.
Mais de 1,5 milhões de fieis lotavam a Avenida Atlântica, a praia e ruas vizinhas. O bairro de Copacabana foi totalmente bloqueado para saída e entrada de veículos. Um mar de jovens se podia ver a partir do Pit dos jornalistas, praticamente uma estrutura de três andares localizada diante do palco central dos eventos. Um mar interminável de peregrinos, quase maior do que o próprio oceano atlântico que limitava aquela multidão.
“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida”, começou dizendo o Papa nas palavras que pronunciou durante o Via Crucis. O pontífice articulou suas Palavras em três perguntas, fazendo referência à cruz peregrina que passou por todas as regiões do País durante esses dois anos prévios da JMJRio 2013: O que vocês terão deixado na cruz?, O que a cruz deixou em vocês?, O que esta cruz ensina para a nossa vida?
 
O que vocês terão deixado na cruz?
 
”Uma antiga tradição da Igreja Romana conta que o apóstolo Pedro saindo da cidade para escapar da perseguição de Nero, viu Jesus que ia na direção contrária e em seguida perguntou: ‘Senhor, aonde vais?’ A resposta de Jesus foi: ‘vou a Roma para ser crucificado de novo’”, disse Papa Francisco. Nessa situação Pedro se deu conta de que não podia fugir, “mas entendeu principalmente que nunca estava só no caminho”, porque Jesus “carrega os nossos medos, nossos problemas, nossos sofrimentos, também os mais profundos”.
Com a Cruz Jesus está ao lado de todos os que sofrem, “na cruz, Jesus está junto de tantos que perderam a sua confiança nas instituições políticas porque veem o egoísmo e corrupção, ou que perderam a sua fé na Igreja, e até em Deus, pela incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho”, afirmou o Papa.
 
O que a cruz deixou em vocês?
 
A cruz nos deixa um bem que ninguém mais pode dar-nos: “a certeza do amor fiel de Deus por nós”. E olhando para os jovens, disse o Papa “Queridos jovens, confiemos em Jesus. Porque Ele nunca defrauda ninguém”. Ele transformou o significado da cruz, “transformou a Cruz de ser um instrumento de ódio, e de derrota, e de morte, em um sinal de amor, de vitória, de triunfo e de vida”
O Pontífice recordou que o primeiro nome do Brasil foi Terra de Santa Cruz. E assim “A cruz de Cristo não foi plantada só na praia há cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro, e em muitos outros povos”.
 
O que esta cruz ensina para a nossa vida?
 
Essa cruz “nos ensina a olhar para o outro com misericórdia e amor, principalmente o que sofre, o que precisa de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto”. O Papa recordou que muitos rostos acompanharam Jesus no caminho do Calvário: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres...
E interpelando os jovens perguntou-lhes com uma força que ressoou por toda a praia de Copacabana: “Vocês querem ser como quem? Digam-me: vocês são daqueles que lavam as mãos, fingem não ver e olham para o lado, ou são como o Cireneu, que ajuda Jesus a levar aquele pesado madeiro, como Maria e as outras mulheres, que não têm medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura”. Por fim, disse o Papa: “Jesus está olhando para você agora e lhe diz: você quer me ajudar a carregar a cruz? Irmão, irmã, com toda a sua força jovem, o que lhe respondes?”. 
Fonte: Zenit

A síndrome de Adão e Eva

A palavra síndrome vem do grego sundrome, que significa reunião. Costumeiramente chamamos de síndrome o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição ou situação, geralmente relacionados a uma doença. Algumas síndromes são bastante conhecidas, como por exemplo, a síndrome de Down ou síndrome de Estocolmo.
A síndrome de Adão e Eva (ainda que o termo possa estar distorcido aqui) tem sua origem nos relatos do pecado original, narrados no livro de Gênesis, no capítulo 3, onde, após romperem o pacto feito com Deus, Adão e Eva são interpelados por Ele a respeito do que acabara de ocorrer.
À pergunta de Deus se Adão havia comido do fruto proibido responde ele: A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi. (Gn 3, 12) Em seguida, respondendo a pergunta de Deus do por que teria Eva feito tal coisa, ela responde: A serpente enganou-me e eu comi. (Gn 3, 13)
Creio que esteja ficando claro o que quero dizer com síndrome de Adão e Eva. Esta síndrome faz com que o sindrômico não assuma os seus erros, as suas falhas, as suas ações negativas e procure repassar a outro a culpabilidade do seu ato.
Veja que grave. Adão, antes mesmo de acusar Eva, de certa forma, coloca a culpa no próprio Deus que pôs a mulher ao seu lado, ou seja, em princípio, na resposta de Adão, a culpa original é de Deus. Em seguida ele a acusa que, por sua vez, acusa a serpente.
Escrevendo este artigo me recordei daquela propaganda onde um padre comete o pecado da gula e Deus fala com ele sobre o assunto e ele responde a Deus, gerando um diálogo próximo a: Padre olha a gula. Senhor olha a massa. Também não posso deixar de recordar a atitude da grande parte dos políticos que colocam a culpa sempre nas costas dos outros, especialmente dos seus adversários, ou mesmo de lideranças religiosas que ao assumirem um posto procuram embutir toda a culpa das suas próprias dificuldades na figura de seu antecessor ou de seus colaboradores.
Mas infelizmente essa síndrome não é restrita a propaganda, a política ou as lideranças religiosas. Ela está em nosso dia a dia, quando nos assemelhamos a eles, não assumindo a nossa parte na culpa, ainda que a nossa parte não seja o todo, mas com certeza continua sendo uma parte.
Fazendo uma leitura livre deste capítulo de Gênesis, me dá a impressão que Deus, ainda que o homem e a mulher tivessem se rebelado comendo do fruto proibido, esperava deles o reconhecimento do seu erro e um pedido de reconciliação. Parece-me que Deus vai dando oportunidades a eles para pedirem perdão e eles vão deixando escapar esta oportunidade por entre os dedos e, ao invés disso, pecando cada vez mais e com isso se distanciando ainda mais de Deus, cada vez que não assumindo a sua própria culpa, acusa a outro.
Peçamos a Deus que nos cura, que nos cure desta síndrome de Adão e Eva, para podermos assumir a nossa responsabilidade, reconhecermos que somos pecadores e nos lançarmos em seus braços misericordiosos.


Sergio Henrique Speri
Grupo de Oração O Cristo Ressuscitado